"O Estrangeiro" de Caetano Veloso
(vinicius bandera)
O estrangeiro parece observar e relatar o caos, abstraindo, deliberadamente, uma ordem racional humana. Para fazer essa abstração é que o poeta Caetanose coloca na posição de um estrangeiro. Ele busca um distanciamento, um estranhamento, em relação ao real do qual faz parte. Ele busca despir o real da racionalidade que lhe foi imposta através de milênios. Despido de racionalidade, o real encontra-se imerso no caos. Este é o pressuposto de Caetano: encontrar o caos e nele a liberdade estética caótica, isto é, a liberdade máxima de criação artística, sobretudo em se tratando de música. O seu poema musical é uma apologia ao caos. É no caos que o poema se move. O caos é o seu habitat. Ele fala de Paul Gauguin, Cole Poter, Lévi Strauss, mas poderia citar outros nomes quaisquer que não alteraria em nada nem a forma nem o conteúdo de sua narrativa. Já Ray Charles e Steve Wonder são utilizados para reforçar a visão interior do belo, explícita na frase : "sou cego de tanto vê-la".Portanto, além de uma apologia à liberdade mais genuína, isto é, a liberdade de e no caos, a música como um todo - letra e melodia - é uma apologia ao belo, à estética. Isto permeia todo o texto. Na liberdade do caos encontra-se a liberdade do belo.
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