BEETHOVEN
(Romain Rolland)
Admirando os dois, Ramacheng alerta – Ele não era deste mundo. Aqui um gênio apresenta outro gênio em seu sofrimento, em 1903, citando o próprio Beethoven – “Quero provar que todo aquele que procede bem e nobremente, pode por isso mesmo suportar a adversidade”. Romain Rolland na sua obra “Vidas Ilustres” diz que coloca “em primeiro lugar o forte e puro Beethoven”. “Revigoremos pelo seu exemplo nossa fé na vida e no homem”. A biografia começa sem título, com uma quadra de Beethoven que parece já dizer tudo: “fazer todo o bem que possa, amar acima de tudo a Liberdade e mesmo em troca de um trono, jamais negar a Verdade”. Em três páginas descreve o homem e o gênio. Segue: “Ludwig van Beethoven nasceu em 16 de dezembro de 1770, em Bonn, cidade vizinha de Colônia”. Seu pai o explorava desde os quatro anos de idade pela sua disposição musical. Já aos 11 anos fazia parte da orquestra e aos 13 anos era organista. Com 17 anos perdeu a mãe que muito amava, de tuberculose e ele parece que também tinha a doença e resistia. Em novembro de 1792 mudou para Viena em plena Revolução Francesa que revolveu toda a Europa. Tornou-se Republicano. Entre 1796 e 1800 fica surdo. Só contou por escrito ao seu amigo Wegler em 1801, vivendo muito isolado a vida difícil de não ouvir as músicas que compunha. Sonata ao Luar foi dedicada a um amor que depois fracassou. Já em 1802 faz seu testamento em favor de seus irmãos. Romain Rolland lista as obras desse período até 1803 com a Segunda Sinfonia. Simpatizava com os revolucionários. A Sinfonia Heróica de 1804 ele dedica a Napoleão Bonaparte. Conta do noivado com Tereza Brunswick em 1806. Beethoven acaba detestando os franceses depois que invadiram Viena. Já quanto ao noivado, nunca eles se casaram pela diferença social e pela falta de bens de Beethoven e nenhum dos dois teve outro amor até o fim da vida. Refere a glória na arte, a imensa solidão e episódios de angústia, de dor e de incompreensão da vida do grande gênio, por exemplo, o encontro com Goeth que ele admirava e há um passeio em que ele dá conselhos políticos ao grande Goeth que se sente ofendido e nesse passeio cruzam com o séqüito da família imperial e Beethoven é reconhecido e cumprimentado, mas nem notam a presença de Goeth. Em carta, ele comenta: “Goeth jamais me perdoou”. 1814 marca o apogeu do reconhecimento do gênio. No Congresso de Viena é tratado como uma glória européia. Em 1816 a surdez é total. Registra o fracasso na regência, por ser surdo, em espetáculo de 1822. Em 1824 não ouve nem entende os aplausos ao exibir a Sinfonia Coral. R. Rolland descreve a criação da Ode à Alegria que só ouviu na sua mente, na terrível solidão pessoal e na surdez. Conta que ainda projetou e começou a fazer uma Décima Sinfonia. Finaliza a biografia contando de seu último bilhete em agonia após dolorosas cirurgias e sofrimento, dias antes de morrer “todo mal traz em si um bem” e ao morrer “o fim da comédia”. Diz Romain Rolland ao concluir essa estupenda biografia do gênio e da dor: “Morreu durante uma tempestade, ao fulgor de um trovão”. “Era 26 de março de 1827”. Daí ao fim do livro temos para ler os textos do Testamento e as Cartas de Beethoven que retratam seu sofrimento e tranqüila paciência. Ramacheng gostaria que todos entendessem – Beethoven e sua arte não eram deste mundo e aqui chegou para ensinar a suportar a adversidade. Esta sim, é deste mundo e deve acabar.
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