POBRE PORTO E AFORTUNADA LISBOA
(J.BRITO SOUSA)
POBRE NORTE E AFORTUNADA LISBOA...” O título acima, é de um texto de um eurodeputado, portanto, de uma pessoa que não é um ignorante, que não é um irresponsável. Já é o segundo artigo que escreve sobre o assunto e não posso concordar com esta “lamúria” portuense, porque é verdade que isto se ouve nalguns sectores da vida portuense que eu frequento. Diz o articulista que a questão tem a ver com mercados, protegido o de Lisboa e não protegido o do Norte, protecção essa que penso tem a ver com os ministérios, que se situam na Capital do País e não no Norte. Uma das soluções, diz o senhor, seria transferir para esta região, alguns serviços públicos, distribuindo o esforço das regiões para a criação de riqueza de modo mais justo. E pergunta:- “Porquê o Instituto Nacional de Estatística em Lisboa? Porquê o Tribunal Constitucional, todos os supremos tribunais, o Arquivo Central de Identificação, o IAPMEI, os serviços centrais da Segurança Social, as direcções-gerais dos ministérios, todas as recentemente criadas entidades reguladoras, toda a gestão dos fundos comunitários, todas as inspecções dos ministérios, todos os institutos públicos, todos os comandos das forças de segurança, todos os comandos militares em Lisboa? Por que é que tudo que é sede nacional de serviço público tem de estar localizado em Lisboa? Porquê? Parece-me que o problema se situa na questão de a capital do País não ser no Porto. Mas porque é que há-de ser no Porto? Aqui é que está o busílis, pois o senhor não diz. Que aqui, no PORTO, diz o nosso homem, os serviços beneficiariam da revolução operada nas telecomunicações, que permitem que se comunique em tempo instantâneo e por isso, não há nenhuma razão que justifique a permanência na capital do País, de todo um vasto conjunto de instituições e organismos. Ora, sendo a inversa também verdadeira, ou seja, estando os serviços em Lisboa, as telecomunicações também resolverão todos os assuntos que a Região Norte necessita.. Logo o argumento do senhor eurodeputado não colhe. Eu acho negativa a proposta do senhor eurodeputado, porque a fazer-se o preconizado por ele, o Norte deixa de ser Norte, porque a sua identidade perde-se, o seu orgulho de ser nortenho diminui, a sua personalidade de vencedor desvanece-se e por aí adiante. Não podemos esquecer que o Norte de hoje, dispõe de características próprias, únicas no País, como é por exemplo a sua hospitalidade, a sua grande oferta de qualidade e preços nos seus serviços de restauração, a sua afirmação enquanto nortenho, questões estas que se poderiam diluir ou diminuir, com a chegada dessa gente ministeriável que acompanharia a mudança dos Ministérios para o Norte do País. O Norte é uma realidade construída ao longo de oitocentos anos que não é possível ceder em troca de Ministérios. O meu contributo, para a melhoria das condições e qualidade de vida da região Norte do País, situa-se na criação de um pacote de medidas fiscais, que possam beneficiar o tecido empresarial nortenho, numa óptica de combater o desemprego que grassa por aí. No Porto, onde agora resido, subsiste ainda o pequeno comércio, pequenas empresas familiares que deveriam usufruir de um estatuto especial, porque são uma característica cultural da cidade e da região e que não deve perder-se. Por outro lado, as grandes empresas que por aqui existem (Belmiro, Amorim e outros) deveriam igualmente usufruir de benefícios fiscais contra a obrigatoriedade da criação de postos de trabalho. A honra, a coragem, a palavra, são alguns dos valores que o Norte não deve perder. E o Norte tem condições para se impor e para ter orgulho de si. Sou contra a “lamúria”... SOUSAFARIAS
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