Naufrágios
(Yoshimura; Akira)
O livro conta a história de uma pequena comunidade do Japão medieval. São basicamente pescadores muito pobres e supersticiosos, que lutam pela sobrevivência a cada dia. Mas que mantém um terrível segredo, que os levará à destruição e à morte. A personagem principal é Isaku, um menino de nove anos, que vive com a família, mãe e três irmãos pequenos. O pai alugou sua força de trabalho por três anos e o livro é retratado exatamente neste período. Gosta de uma mocinha chamada Tami. Os moradores vivem da pesca, pequenas culturas (a ilha é de pedra), comércio de sal com aldeias vizinhas e da servidão. Os mais fortes se alugam por períodos, para os mais diversos trabalhos nas circunvizinhanças. E isso traz agonia aos moradores. Este processo só ocorre quando as pescarias são fracas e a fome bate à porta. Pescam-se, principalmente, sardinhas e polvos. As mulheres pegam mariscos e algas. O sal é retirado do mar através de caldeirões e é aí que se encontra o segredo da aldeia. Os navios que passam na costa, no inverno, são induzidos pelo fogo dos caldeirões de sal, crendo serem eles iluminações das casas, e chocando-se contra as pedras. A tripulação é morta e o navio saqueado pelos habitantes. Eles viam como uma dádiva e a chamavam O-fune-sama. Mas deveria ser um navio mercante. Se fosse algum navio particular, as conseqüências poderiam ser severas. Com a partida do pai, Isaku vai tomando importância como o homem da casa. Trabalha na destilação do sal. Morre o irmão mais novo de Isaku. Havia muito tempo que O-fune-sama não ocorria. Dos navios tudo era aproveitado: o arroz, as ferramentas e utensílios e a madeira. O líder da ilha é um homem velho e supersticioso. Que determina as leis e os comportamentos na aldeia. Os períodos de inverno são os piores, com a neve castigando os moradores. As roupas são fabricadas com cascas de árvores em um processo artesanal. Numa noite de inverno ocorre O-fune-sama. Um navio mercante. O primeiro presenciado por Isaku. O navio é saqueado e o butim é dividido entre as famílias. Principalmente arroz. As famílias receberam sua parte por cabeça. Mas ocorre uma investigação da companhia dona do navio. Rapidamente tudo teve que ser levado para as montanhas. A investigação não vingou. No ano seguinte ocorre o segundo O-fune-sama. Só que não havia comida. Era um navio de banidos, infestado de varíola. Erradamente as roupas foram aproveitadas. E uma epidemia de varíola assolou a aldeia. Morreram mais da metade dos habitantes. Inclusive a irmã de Isaku. Seu irmão que sobreviveu ficou cego. Isaku ficou imune. A epidemia passou, mas devastou a aldeia. As mulheres passaram a usar lenços para cobrir as chagas. Decidiu-se que todos que contraíram a doença deveriam ir para as montanhas para sempre; pois a peste poderia se manifestar novamente. Então quase todos se vão e o livro termina com a volta do pai de Isaku, um dia depois da partida dos banidos.
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