Caso Isabela Nardoni
(Diário do Nordeste)
Rio de Janeiro. Uma criança é assassinada a cada dez horas no Brasil. Em seis anos, o Ministério da Saúde registrou 5.049 homicídios de meninos e meninas com idades até 14 anos. Correspondem aos seis últimos anos divulgados entre 2000 e 2005.A pequena Isabella de Oliveira Nardoni, morta aos 5 anos, está na faixa mais atingida pelo crime: a de crianças entre 5 e 14 anos. Bebês de até 1 ano não escapam da brutalidade. Só em 2002, foram assassinados 90 bebês. Jogada pela janela do apartamento do pai, Alexandre Nardoni, Isabella comoveu o país. Sua morte ainda é um mistério. Nardoni e sua mulher, Anna Carolina Jatobá, estão presos sob suspeita do crime. No ano passado, João Hélio Fernandes Vieites, também com 6 anos, morreu arrastado pelos ladrões do carro de sua mãe. Também não deteve a mãe adotiva Silvia Calabresi o olhar de pavor da menina L., de 12 anos, amordaçada enquanto era torturada por ela em Goiânia. Especialistas afirmam que, diante desses crimes, os adultos temem até não terem sido amados quando pequenos e perdem a crença na Humanidade. ´Ver uma criança assassinada é a experiência mais terrível que existe, porque fala do respeito que os adultos devem às crianças. A criança é sagrada, a criança é tabu. E o tabu nos protege. A gente tem limite para a maldade. Mas veja a morte de João Hélio, por exemplo, quando nem a criança impediu a fuga, o crime que já estava em andamento´ afirma o psicanalista Mário Eduardo Pereira, coordenador do Laboratório de Psicopatologia Fundamental, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O número de mortes por agressão de crianças pequenas é alto, mas acaba ´perdido´ diante do grande número de mortes entre os jovens. É preciso prestar mais atenção a esses dados. Desde o primeiro exame no cadáver da criança, médicos-legistas constataram no cérebro uma pequena hemorragia comumente presente em casos descritos pela Medicina Forense como Síndrome da Criança Espancada. ´O corpo apresenta várias escoriações e hematomas próprios de pancadas´, atestou um perito que teve acesso aos dados preliminares do IML. ´Ela foi espancada.´ A menina tinha na cabeça um ferimento que sangrou e uma lesão cervical que pode indicar esganadura Entretanto, a suspeita maior dos peritos é que ela tenha sido sufocada. A asfixia, dizem eles, faria parte do processo de violência a que ela foi submetida. Isabella sofreu e a prova seriam sinais como as manchas de Tardieu e Paltauf no pulmão, lesão subpleural associada ao sofrimento por asfixia.
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