O Mal do Mundo em Hamlet
(monica_gmr)
O Mal do Mundo em Hamlet
Hamlet é, do início ao fim da história, um egoísta.
Quantos dos que nos rodeiam acham que só os seus problemas são importantes? Quantos não revelam falsa modéstia nas suas palavras? Quantos não colocam o coração à frente da razão por acharem ser isso o que nos torna mais humanos? Quantos Hamlets povoam o planeta?...
O príncipe da Dinamarca é assim mesmo: alguém que encontra satisfação na tristeza e na melancolia e esse parece ser o caminho mais fácil. Talvez seja por isso que Hamlet se fecha no seu pequeno mundo (sublinhe-se o pequeno quando nos referimos ao carácter desta personagem). No fundo, esta melancolia permite-lhe a fuga aos verdadeiros problemas. A frustração e a dor trazem-lhe uma certa satisfação. Se assim não fosse, há muito que Hamlet teria adoptado uma atitude mais positiva. Porque é que continuamos a ver o mesmo Hamlet ao fim de tantos anos? Shakespeare não andava maldisposto quando escreveu esta peça. Não, ele sabia perfeitamente o que estava a fazer: a denunciar o mal do mundo. A cobardia pode levar aos mais estranhos actos humanos, pode até fazer com que um ser humano acredite no que um fantasma lhe diz. Pode mesmo fazer com que um ser humano mate outro sem sequer lhe ver o rosto. A lista é infinita, mas no caso de Hamlet é este o foco principal. Ele não possui o discernimento necessário para a tomada de decisões nem força de carácter suficiente para enfrentar os seus inimigos e o pior de tudo, os seus amigos (refiro-me à forma como ele trata a mãe, essencialmente).
Por vezes penso que todos os losers dos filmes de Hollywood, e todos os que vejo espalhados em jeito de imitação, pelo mundo fora, provêm desta personagem. Se não for pela melancolia será pela timidez e pela dificuldade em lidar com outros que possuam maior força física. O poder das palavras é infinito. A inteligência bate sempre a força e sem ela não haveria gente a escrever histórias como esta que, ao fim de tantos anos, continuam a lidar com problemas que realmente interessam ao ser humano e que são comuns a todos.
Uma tragédia neo-clássica que todos deviam conhecer é esta, sem dúvida. Que mais não seja, para olharem para o próprio umbigo e verificarem que não são os únicos com preocupações.
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