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DATAS DE MARÇO
(J. de Angola)

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À colecção de datas que fizeram história neste mês consagrado à mulher, há que juntar o 27 de Março de 1976, instante que assinala a primeira derrota das tropas sul-africanas em Angola.Se a batalha do Cuito Cuanavale ditou, em 1988, a viragem no curso dos acontecimentos na África Austral – como bem escreveu João Melo neste jornal – a expulsão das tropas sul-africanas, em 1976, já nessa ocasião com a ajuda de tropas cubanas, representou o início de um dos dois curtos momentos de paz em Angola, desde a independência em 11 de Novembro de 1975. O segundo período de paz dá-se entre a assinatura do Acordo de Bicesse e a proclamação dos resultados eleitorais, em 1992. A primeira expulsão sul-africana do solo angolano, em 1976, não pode ser considerada, contudo, grande desaire para o regime do apartheid. Ela originou apenas uma mudança na estratégia de intervenção militar e de desgaste do regime em Angola. A estratégia passou a caracterizar-se, a partir de então, por ataques “cirúrgicos” das SADF dentro do território angolano e acções de desestabilização por via de uma guerrilha metodicamente organizada, nos anos seguintes, em bases estrategicamente instaladas na Namíbia, que vieram a provocar grandes prejuízos a Angola. Na verdade, a entrada em cena das SADF no tabuleiro de Angola, no período entre Junho e Agosto de 1975, antes da data da independência nacional, constituiu o único e principal fundamento a explicar o apelo feito pelo MPLA a Cuba, no sentido de uma maior presença e participação mais importante das forças cubanas na defesa da integridade territorial e soberania de Angola, dando tempo a que se fossem estruturando e apetrechando as forças armadas nacionais.Os planos de intervenção militar do regime do apartheid nas vésperas da independência de Angola não tiveram, pois, como exclusivo propósito – se é que esse alguma vez foi colocado – impedir o acto de proclamação da independência, pois o Acordo de Alvor assinado pelos três movimentos de libertação praticamente tornara irreversível o fim do sistema colonial. O regime de Pretória estava sim convencido que uma Angola independente e economicamente forte constituiria um desafio ao poder das minorias brancas da região e ao potencial económico da África do Sul. Tornava-se, por isso, necessário debilitá-la. Assim, antes da consumação da independência de Angola, a África do Sul procurou, por todos os meios ao seu alcance, incluindo o roubo descarado, enfraquecer ao máximo as infra-estruturas de Angola. Existem relatos de muitos angolanos e portugueses que confirmam terem sido forçados a embarcar em navios no Lobito e pontes aéreas montadas à pressa para o Sudoeste Africano e a África do Sul, destinadas a levar o maior número de pessoas, mesmo as que gostariam de permanecer em Angola, pois “nunca tinham feito mal ao MPLA”. Há documentos e estudos científicos valiosos produzidos em Angola que foram literalmente roubados durante esse período da ocupação estrangeira; há histórias sobre gado de raça desenvolvido em Angola que foi transportado de helicóptero para fora das nossas fronteiras. Numa exemplar entrevista, o jornalista Sylvain Goujon, que acompanhou esse período da História de Angola, afirmou não acreditar que algum dia o país pudesse recuperar.Assim pensavam, de facto, os representantes do regime do apartheid. A História está a encarregar-se de desmenti-lo. Mas é inegável que os angolanos ainda pagam o preço da pilhagem sul-africana daquela época.



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