A Influência da culpa como desencadeante do Suicídio
(Altamir da Cunha)
Um jovem de aproximadamente 25 anos, sob efeito do álcool, chega em casa e manifesta uma violência incomum à sua conduta. Agrediu famíliares, inclusive a sua própria mãe. Para evitar problemas maiores, alguém telefonou para o plantão policial do bairro e o rapaz foi preso. No outro dia, passado o efeito do álcool, grande foi a sua ressaca moral. Atormentado pelo sentimento de culpa, não pensou em reparar seu erro de outra forma: enforcou-se na cela, onde fora recolhido. A Culpa é inimiga implacável e tem causado mais tragédias do que se pode imaginar. A vítima desse sentimento tem a mente tolhida, incapacitando-a para a busca da melhor solução: a reparação da falta. O primeiro impulso, na maioria das vezes, é no sentido da autopunição. Esquecido do apelo de Jesus “ Misericórdia quero, e não sacrifício”(Mt 12,7), a vítima sacrifica a vida e todas as oportunidades de reconstrução e felicidade que ela proporciona. O sentimento incômodo que nos abate após uma injustiça realmente cometida contra alguém é considerada natural. Mas esse sentimento deve ser transitório. Quando ele instala-se de forma intensa e prolongada é desprovido de razão lógica e se transforma em um elemento altamente destruidor. A culpa origina-se da condenação de nós mesmos quando interpretamos que ferimos o nosso sistema de crença. Quantas vezes em nossa infância ouvimos frases como esta: A falta cometida contra os pais é imperdoável. Certamente o jovem, citado acima, compreendeu que sua falta, sendo tão grave, merecia uma punição à altura, e não existiria maior punição do que o sacrifício da própria vida. Talvez tenha lhe faltado, na infância ou mesmo na juventude, oportunidade para aprender que toda falta merece perdão, e que a melhor solução, quando causamos dano a alguém, é abrirmos o coração para a humildade, reconhecendo o erro cometido e realizando a devida reparação. Seja qual for o acontecimento pelo qual nos sentimos culpados, se realmente queremos usufruir de um pouco de felicidade não há outro caminho fora do autoperdão e da reparação.
Relembremos a lição de Jesus: Amará o teu próximo como a ti mesmo(Mt22,39). Não podemos amar o próximo se não amamos a nós mesmos. E se realmente nos amamos, temos o dever de nos perdoarmos, abrindo as portas da oportunidade para a reparação dos nossos erros. Essa atitude é bem mais racional e benéfica do que nos atormentarmos no remorso. Por não perdoar aos outros ou a si mesmo, algumas pessoas buscam no suicídio uma forma de punir ou punir-se.
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