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"Túnel" (conto)
(Humberto Mariotti)

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Escr “Túnel” (conto) – Humberto Mariotti Resumido por Lual Subitamente, abre os olhos na escuridão do quarto no meio da noite. A testa, o rosto, os cabelos, tudo molhado de um suor frio e viscoso. Acende um toco de vela e sai. Sente a garganta seca. Precisa de ar urgentemente. Sabe que mora num quarto há quatro anos. Vai até a janela para abri-la, mas não tem janela. Apenas, um túnel estreito e baixo à frente. Caminha, descendo uma rampa, sempre curvado, para não tocar com a cabeça no teto, pois é de pedra bruta, assim como as paredes e o chão. Tudo muito frio e úmido. A rampa termina quase no fim do túnel e agora é plano. Sente um frio diferente na espinha: uma pessoa, homem ou mulher, vem atrás dele como se quisesse alcançá-lo. Acompanha a sombra com a respiração difícil, acelerada. o som dos quatro pés se mistura num desespero insuportável. Há uma porta de ferro no final. Sai, quase correndo, acidentando-se nas pedras. O sangue escorre no rosto, descendo até os ombros. O vulto continua perseguindo-o. Abre a porta, fechando-a brutalmente, logo em seguida. Ouve por detrás dela, um ruído de unhas arranhando-a, e depois, apenas o silêncio. Ao abrir os olhos, percebe que está numa sala de paredes brancas, sem janelas, tudo fechado, com uma única porta: aquela por onde entrou. Há uma mesa quadrangular num canto, na qual três pessoas estão comendo: seu pai, sua mãe e seu irmão muito pálidos, que morreram há dois anos num desastre de avião. Tranqüiliza-se. Ocupa a quarta cadeira por ordem de sua mãe. Observa que eles não estão comendo, mas fazendo uma prece muda provavelmente. Cansada, sua mãe se levanta e caminha em sua direção concentrada. Facilitando-lhe a tarefa, abre a gola do pijama e lhe oferece o pescoço. E ela, com suas mãos longas e secas, começa a apertar-lhe com uma força decidida e bruta. Serenamente, ele apenas sorri: a viagem chega ao fim como o nevoeiro espesso de uma manhã muito distante.



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