Fundamentos de política e gestão de educação
(Ivonei Calado)
Existe uma série de fatores que contribui para o mal andamento da educação no Brasil. O primeiro deles é a formação cultural. Nossos colonizadores não tinham como objetivo o crescimento do país. Muito pelo contrário. Nós existíamos para dar suporte, sustentação, enfim, sermos explorados para o crescimento de outrem. A educação que ora se estabelecera no país vinha de encontro aos interesses dos colonizadores, com o intuito de manter as coisas exatamente como estavam: Eles determinavam, nós obedecíamos. Infelizmente não é hoje o que se quer, mas era a visão que se tinha na época. Felizmente, as coisas mudaram, e, de algum tempo para cá, após descobrirmos que somos uma nação, a sociedade começou a perceber que um país só cresce se investir na educação. Desde então, as discussões sobre educação vão ganhando espaço nos livros, revistas, programas, debates, fóruns... E assim a coletividade caminha numa busca incessante por um modelo que provoque mudanças, que determine futuros e que provoque uma inclusão social tão perseguida por aqueles que não têm acesso a ela.
Vale apena salientar que foi e é preponderante a participação do corpo social, seja organizado em sindicatos, associações, imprensa, movimentos estudantis e outros no sentido de fomentar a discussão sobre como promover uma educação de qualidade para todos.
Uma boa formação acadêmica, conseqüentemente, levará a uma boa qualificação profissioal. Porém, as instituições devem estar atentas para o individualismo, que é característica intrínseca do modelo capitalista. É importante levar em conta que todo trabalhador tem seu papel social, que todos são responsáveis pelos mecanismos que alimentam a sociedade, e, de uma maneira ou de outra, essa visão democrática e responsável pode trazer um redimensionanto nas relações humanas.
O trabalho, como profissão, não deve ser encarado apenas como trampolim, segurança ou ascensão social. Sua produtividade é determinante para que os demais setores da sociedade cresçam e se desenvolvam. O aperfeiçoamento humano aliado às oportunidades podem diminuir o abismo que separa os diversos segmentos sociais. Isso é uma questão de consciência. Consciência de que seu trabalho estando a serviço da coletividade, produzirá muito mais efeitos positivos do que se ele estiver a serviço do capital.
Nesse sentido, a escola tem papel fundamental na vida do estudante. Ela pode preparar o indivíduo não só tecnicamente, mas fazê-lo compreender que “ele” é co-responsável pelo mundo, pois é capaz de pensar e agir criticamente comprometendo-se consigo mesmo e com a sociedade, desempenhando assim, seu papel de cidadão.
Percebe-se que nas últimas décadas a educação tem sido palco de inúmeras discussões no sentido de viabilizar um modelo educacional que seja de acesso a todos e que atenda às necessidades sociais. Essas tentativas, embora tímidas, já é um indício de que, “espernear”, lutar e reclamar, dá certo. Vários planos estão sendo colocados em prática ou projetos são lançados direcionando a educação ao mercado de trabalho, porém, falta alguma coisa para que dê certo.
Talvez seja pretensão dizer onde esteja o erro. Mas mesmo assim, é importante tentar. Sabe-se que é dever do Estado analizar, fazer estatísticas de como está o ensino, elaborar planos e criar alternativas para se resolver os problemas na educação. A questão é que as decisões, tomadas em gabinetes, mesmo partindo de pesquisas, muitas vezes não refletem a realidade material. Não se ouve o professor; não se ouve a comunidade; não se ouve o maior interessado e protagonista do processo: o aluno.
O processo de mudança deve vir da base, não verticalmente, como acontece sempre. O professor aparece apenas como operário que executa o projeto sem ter nenhuma participação intelectual, enquanto que o aluno, coitado, é mais uma vítima ou cobaia das inúmeras experiências muitas vezes sem sucesso, deixando seqüelas irreversíveis na vida do estudante.
Embora tudo isso aconteça, é proibido desistir. É necessário a luta constante na busca de políticas públicas eficientes que ampare o aluno e lhe ofereça o mínimo de condição possível para sobreviver com dignidade aos obstáculos que a vida lhe traz. Percebe-se que há um esforço, por parte de algumas autoridades em encontrar soluções viáveis para a educação, portanto, faz-se necessária a união de todos na busca de um denominador comum. O compromisso, aliado a uma ação conjunta, pode ser um canal para avançar de maneira significativa na reestruturação do Ensino Médio.
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