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Pais presentes Pais ausentes: Regras e limites.
(Paula Inez Cunha Gomide)

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Por conta de tentar flexibilizar as regras ou até mesmo em represália à punição física, o diálogo começou a ser utilizado como uma tentativa de educar. No entanto, pais e professores têm se tornado aqueles que mais punem do que educam, esquecendo que o papel de educadores repercute em estabelecer regras, posar de modelo moral e até punir quando necessário, de forma adequada. A "conversa" passou a ser adotada como o meio mais "humano" de educar, mas não tem passado de punição, já que tomou o sentido de "bronca". Conseqüentemente, pais e professores tornaram-se vítimas de sua própria permissividade, cujos frutos são crianças e adolescentes desobedientes, rebeldes, desrespeitosos, irresponsáveis e ainda, alvos fáceis de drogas e da delinqüência. A autora enfoca a importância do convívio familiar na formação da criança, pois é onde a criança adquire os primeiros padrões de conduta e valores morais. Em primeiro lugar está a importância do estabelecimento de regras claras e possíveis de serem cumpridas, conferidas e aplicadas em seguida do comportamento. Não devem privar a criança de necessidades básicas muito menos de carinho e afeto. Não podem ser acompanhadas de ameaças, mas também não devem ser frouxas, pois podem geram situações de manipulação emocional ou agressividade. Um detalhe importante é que os pais devem estar de acordo sobre as regras para que não caiam em contradição. Quanto à punição, agredir verbalmente pode ser tão ou mais prejudicial à criança do que a punição física, pois repercute em humilhação, rebaixamento da auto-estima e tornar a criança insegura. Ela não aprende a “discriminar” entre o certo e o errado. Diante da “surra” aprende a ter medo e não respeito, pois o que deve ser corrigido é o comportamento. Os procedimentos punitivos para educar devem ser escolhidos de forma adequada, em benefício do comportamento e nunca mediados pela raiva. A variação de humor pode tornar os valores confusos de forma que a criança nunca sabe o que fazer para agradar os pais. Consequentemente, a insegurança e instabilidade refletem na perda da autoridade dos pais, gerando ansiedade e agressividade na criança, que passa a não reconhecê-los como modelos morais. Outros pontos negativos na educação de crianças é a supervisão estressante e a negligência. São extremos que atuam de forma negativa e altamente prejudiciais. De um lado a vigilância e a fiscalização excessiva demonstram que os pais não estabelecem regras, mas repetem ordens e muitas vezes acabam perdendo o controle emocional tornando-se agressivos. Ficam frustrados, pois acham que estão fazendo o melhor. No entanto, seu discurso é negativo e sem abertura para elogios ou valorização das ações positivas dos filhos. Os filhos por sua vez não se sentem amados, mas invadidos e sem a confiança dos pais e assim, buscarão alguma forma de fugir das cobranças, muitas vezes através da agressividade. O contrário reflete em pais desatentos, ausentes e desprovidos de amor pelos filhos. Nem sempre isso é perceptível, devido aos muitos recursos dispostos à criança. Trata-se de uma sutil ausência de estimulação e afeto que impede o desenvolvimento da auto-estima da criança, tornando-a insegura, desamparada. Essa falta de interação, de vínculo afetivo ou o desinteresse podem ser desencadeantes de comportamentos anti-sociais. Mas, como pais e educadores podem conseguir melhores resultados na educação de crianças?A autora apresenta que o adequado empreendimento de regras, o monitoramento positivo e ainda o modelo moral consistente dos pais podem trazer uma forma harmoniosa de educar e conviver em família. Aplicar regras e manter-se afetivo é primordial. Os pais são os principais mediadores entre a criança e o mundo, por isso em primeiro lugar, fazê-la compreender as regras e os erros promove a aprendizagem. A rigidez deve dar vazão à comunicação. “Conversar” deve significar a troca de idéias e promover o entendimento, a reflexão e a auto-crítica. Demonstrar interesse, acompanhar atividades significativas para a criança favorece o desenvolvimento da empatia e o amadurecimento das emoções, prevenindo a depressão infantil ou o comportamento agressivo. É também com os pais que se dará a introjeção de valores morais. Portanto, os exemplos devem ser compatíveis com os ensinamentos dados pelos pais, pois a criança os admira e seguirá os seus modelos e não as suas palavras. É a partir da experiênciação de valores que a criança obterá condições de fazer julgamentos morais apropriadamente, aprenderá a valorização pelo trabalho, estudo e obterá um auto-conceito positivo. Conceder o reconhecimento pelo esforço é igualmente educativo. Elogiar assim como premiar podem ser formas de valorizar as atividades e sentimentos da criança. O prêmio deve ser acompanhado de uma explicação simples de reconhecimento pelo bom desempenho da criança e nunca como chantagem ou barganha. Com isso a autora demonstra que a instabilidade do humor dos pais ou mesmo a vigilância exacerbada podem constituir relações familiares hostis que, ao passo que não educam, trazem consigo punições inapropriadas que podem repercutir em conseqüências prejudiciais ao desenvolvimento da criança. A negligência por sua vez pode fazer com que a criança cresça com o sentimento de que é “má”, já que se sente desamparada pelos pais, podendo assim gerar comportamentos igualmente “maus”. Por fim, a autora apresenta o que seria ideal para a condução da educação da criança quando escreve: “A valorização de padrões morais de conduta é, junto com a monitoria positiva, a melhor maneira de se evitar o desenvolvimento de comportamentos infratores, anti-sociais, delinqüentes e, principalmente o uso de drogas”. (p84) Em outras palavras, educar traz consigo a responsabilidade por uma vida em formação.



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