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Adolescência - O período das contradições
(Maria João Moura - Psicóloga da área Clinica e de Aconselhamento)

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A fase da adolescência é a que mais preocupa os
pais e é por muitos considerada uma fase de risco. Desde já gostaria de
desmistificar esta ideia, que em geral não é correcta. Só existem adolescentes
em risco, quando o desenvolvimento infantil não se fez de forma adequada, quer
isto dizer que se a criança se desenvolver num ambiente desadequado, sujeita a
maus tratos físicos/emocionais, é nesta fase de maior vulnerabilidade que os
problemas irão surgir com maior gravidade. A interpretação do risco é por isso
muito relativa : é verdade que o adolescente está mais vulnerável, mas se tiver
sido bem “preparado”, as consequências não serão um risco, mas sim apenas uma
fase de transição .

A autora Anna Freud referia que a única anomalia que poderia existir durante a
fase da adolescência era o facto de não mostrarem sinais de inquietação
psicológica. Se essa inquietação for encarada como normal, não haverá
futuramente reacções excessivas.

Na fase da adolescência começa por se dar uma
alteração do próprio corpo, quer ao nível da fisionomia, quer ao nível
hormonal, o que só por si, causa enorme estranheza ao adolescente. Dá-se um
descobrir do eu individual, da auto-afirmação, mas também do eu
social. O adolescente ambiciona conseguir uma auto-afirmação, mas ao mesmo
tempo quer ser aceite num grupo de pares, e vive na busca de descobrir um
equilíbrio entre esses dois pólos: o eu e os outros. Também está numa
fase, em que já não é criança, por isso não deve ser tratado como tal, mas
também ainda não é adulto, daí que por vezes o seu comportamento oscile muito
entre estas duas fases, por um lado quer ser adulto e fazer o que os adultos
fazem com toda a liberdade que isso acarreta, e ao mesmo tempo regridem a
um estádio anterior, ainda infantil (crescer causa sofrimento e essa é uma
forma de o evitarem) necessitando ainda da vigilância à distância de um
adulto cuidador.

É nesta
altura que os pais sentem os filhos a distanciarem-se de si e a criarem um
mundo cada vez mais deles, onde outras relações afectivas começam a surgir.
Isto ocorre porque o adolescente faz um deslocamento dos seus afectos
para outras figuras relevantes na sua vida. É comum surgirem ídolos de
referência, quer musicais, cinema, professores, etc.

Também é habitual nesta fase o adolescente isolar-se,
separando-se tanto dos adultos como dos pares, de forma a esconder-se psicologicamente.
Neste seu isolamento o adolescente poderá recorrer ao imaginário,
organizando-se, crescendo e exercitando o seu projecto de vida futura.

Nesta fase já não é tudo certo ou errado, existindo agora meios
termos, mas há ainda uma tentativa do adolescente em se posicionar de uma forma
rígida, aderindo a determinadas ideologias, adoptando determinadas posições
dogmáticas. É importante que psicólogos e adultos em geral consigam identificar
estas defesas no adolescente de forma a saberem lidar com a situação sem
entrarem em confrontos desnecessários. É importante perceber que cada um dos
destes mecanismos é salutar de forma a permitir que o adolescente ultrapasse
esta fase, não encorajando comportamentos desadequados, mas também não os
criticando. Entendê-los de forma a perceber o adolescente que está à nossa
frente (Sprinthall & Sprinthall, 1993).



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