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Quebrando o encanto
(Daniel C. Dennet)

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Daniel C. Dennet, filósofo-autor, norte-americano, propõe abrir a caixa de Pandora e quebrar o encanto da religião.
Para tanto, abre um diálogo científico, abrangendo áreas diversas das ciências, biologia, filosofia, psicologia e outras, vai às raízes das palavras e seus espaços abstratos e físicos, e faz um convite ao leitor para participar da discussão democraticamente. Sabe que, para um ateu, isso consiste num exercício de vida positivo, mas que é um sacrilégio para os religiosos. Porém, essencial para um mundo de paz.
No início, cria um quadro mental sobre como os parasitas se apossam do cérebro de insetos ( no caso, de uma formiga), fazendo estes hospedeiros direcionarem as ações deles para satisfazê-los. A formiga sobe em uma folha de capim, num campo. Cai, sobe, cai... Por quê? O parasita precisa ser ingerido por um carneiro para sobreviver e gerar outros."Ele se beneficia!"Cui bono!"
No inseto, é o verme que invade o cérebro. No homem, o cérebro cria a idéia-verme-manipuladora ( o "meme" _ replicador cultural), que o faz agir, matar, alegrar-se...Entre eles, há os tóxicos, e é onde ele inclui a religião e a conseqüente metáfora: a Palavra de Deus é um Dicrocelium dentritium (o parasita).
Para sustentar seus argumentos, analisa a religião, sua definição, a quem ela beneficia, sua evolução: como se tornou organização, seu "know-how" prático, como virou "equipe", corporação, como inventou seu segredo, seu crescimento, e o que gira em torno de seu Deus antropomórfico, com quem se pode falar, definindo a prece "como um falar consigo mesmo"."Meu diário querido..." . Questiona-se por que um papa reza todo ano a Deus, pedindo a paz mundial, e a entidade não o atende. Cita a ironia de um comediante, reproduzindo as falas de uma criança que sempre rezava pedindo uma bicicleta e nunca foi atendido e, portanto, roubou uma e rezou pedindo perdão.
Define a religião como um sistema de crenças, crença na crença, símbolos. É um sistema complexo, que aflorou de muitos fenômenos, fez adeptos-egoístas _ que pactuam com o sobrenatural para conseguiram o que querem, mesmo contrárias às leis da natureza.
Sugere "quebrar o feitiço". Primeiro, o tabu.Faz questionamentos: por que as pessoas desejam a religião, quem se beneficia, quais são as vantagens, suas bases biológicas? Deus inventou o riso? Por que não coçar as orelhas numa situação humorística? E inventa um marciano! _ que vê os humanos. E o que ele vê? Vê sacrifícios (religiosos), cerimônias ( religiosas), debates (relig.), véus (rel.), guerras (r.).
_Oh! Ah! quanto tempo gasto com a religião!! Ela é gene ou germe místico? Ou são memes? "Cui bono?", fala o marciano
E Denet comenta o sucesso do filme em Marte, supondo risos na platéia. ( Ou coçarão as orelhas?)
_ Ahá!, diz o marciano. Deus é um doce, já que gostam tanto?
( A propósito, Dennet analisa a teoria do gosto por açúcar, entre outras: "será que podemos ter um centro de Deus no nosso cérebro, junto com nosso gosto por doces?") Outro protagonista é o professor Fé, que proclama, deslumbrado, que Deus é como "se apaixonar".
Também apresenta a teoria do simbionte, ( a religião seria como um parasita, espalhado silenciosamente); a teoria do dinheiro, a da seleçào grupal. Se nada satisfizer, há a teoria "default", e se se considerar que a religião não é nada, biologicamente, sugere a teoria do "objet trouvé".
A seguir, sugere que as raízes da religião estão no medo e na esperança.
Enfatiza a linguagem na evolução da religião. Afinal, diz ele, sabemos falar, mentir, rezar, mandar... e temos a tendência de procurar agentes para cada fenômeno ou situação que nos intrigue. E surge o viés, que cresce, espalha-se _ o fascínio ajuda na replicação. Basta parecer importante. É só ver a galeria em que o mundo expõe as "criaturas e demônios místicos" . Os xamãs que o digam!
A fim de manter as religiões organizadas, é vital manter a "consciência de si mesmo", o conhecimento do mercado, sustentar governos de cleptocratas (!!!), e usar um astucioso estratagema ao fazer os adeptos aceitarem serem inferiores a um deus invisível. No barulho do louvor.
E quando se descobre que Deus não existe? Bem, às vezes, nada muda, ou se pode escolher outra religião, fingir a crença, ou calar-se, mesmo se sabendo que Deus, Papai Noel e outras figuras lendárias têm o mesmo status de um amigo imaginário.
Quanto aos argumentos históricos, diz que não há provas; os lógicos são encarados como fraudes ou enigmas intelectuais; o argumento cosmológico (o universo tem como causa Deus) é refutado em sua premissa; o do Projeto Inteligente é o mais popular.
Hoje, oriundo dos que crêem na crença em Deus, há um legado indescritível no cenário cultural de cânticos, músicas, velas, arquitetura, esculturas, obras-primas, catedrais e... Mas em compensação, há ações vergonhosas _ sem medo do diabo.
Enfático, afirma que não há gene de Deus, nem da espiritualidade. Há genes biológicos, que provam a teoria da Evolução.
Quebrar o encanto é uma questão de bom senso, conclui. Os memes têm que ser analisados; as perguntas essenciais, elaboradas; os paradoxos, transmutados em desafios; quanto à moral, certificar-se ela não é dada pela religião; e que o significado da vida não deve vir através de uma ilusão, mas com o amor pela verdade da vida.
É essencial abrir a caixa de Pandora.



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