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Relações grupais e desenvolvimento humano
(Fernando Nogueira Dias)

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Dias patenteia a sua análise a partir da própria observação e participação para uma compreensão do papel do facilitador nos processos de comunicação e dos processos anómicos nos grupos.
É realçado que, as abordagens direccionadas para pequenos grupos e relações sociais entre os indivíduos são “preenchidas” por um paradigma compreensivo, que evita a separação e tenta compreender os fenómenos no contexto em que ocorrem. A pessoa é um todo, conjugando o interior com o exterior, sendo assim, Abordagem Centrada na Pessoa por Carl Rogers para o estudo dos grupos e do desenvolvimento humano, não pondera só a Interioridade. Exigindo uma visão holística, um novo objecto de estudo sobre a pessoa humana com base num novo quadro teórico, nas vertentes bio-psico-socio-cultural do homem.
É através dos grupos que o sujeito apreende referências de papéis a adoptar, formas de pensar, sentir e actuar.
O grupo não é simplesmente um aglomerado de indivíduos que num dado momento ocasional se encontram próximos espacialmente sem objectivos comuns; é imprescindível que cada elemento perceba que tarefa tem dentro desse mesmo grupo.
À partida a condição essencial para a formação de grupo é a existência de sujeitos, produtores de símbolos para a possibilidade de comunicar e interagir com os outros. A comunicação que está sempre presente é exercida constantemente por signos e símbolos, remetendo para a comunicação não verbal, há a necessidade da significação social, de códigos sociais e culturais para a relação se estabelecer e o processamento e interpretação ocorrer.
A comunicação do ser humano é bastante complexa, derivada à sua organização, o que consequentemente tornará o relacionamento, com os outros, mais complexo. Esta complexidade comunicacional tem de ser abordada por um quadro comunicacional sistémico, visto que não há linearidade nem simplicidade de compreensão no complexo que o homem e as suas relações são. Os actores e agentes sociais têm a “liberdade” de codificar e transmitir informação tal como de a descodificar, criando complicações no processo pelas mais diversas variáveis, tentando ulteriormente simplificá-lo, gerando assim uma espécie de “ciclo”.
Os sistemas sociais determinaram a ultrapassagem desta circularidade Complexidade-Simplificação-Complexidade, assim a complexidade comunicacional não se considera somente a causa dos grupos mas também a consequência destes.
Dias explicita conceitos indissociáveis ao processo, a informação conduz a um nível de incerteza que poderá provocar estados de entropia, que afectarão o próprio sistema, esta ocorre tanto por excesso ou falta de informação. A redundância tem como objectivo clarificar, simplificar as ditas confusões inerentes às interferências ocorridas, denominadas como ruído.
A privação de comunicação pode constituir uma forma de violência quando há uma ausência de diálogo permanente – patologia de comunicação, bastante prejudicial a um sistema grupal como a família.
Reconhece-se que a família reside na gestalt, pois não se reduz à soma das suas partes., os elementos constituintes são visionados como interligados pela influência recíproca entre todos, incutindo ideias, valores e conceitos fundamentais da sociedade, filtrando a informação exterior. A bipolarização sexual existente dentro do conceito de membros da família delimita formação e desenvolvimento na personalidade das crianças, desde cedo se presencia as distinções de papéis paternos e maternos.
O processo de socialização afere que o sujeito, ao longo da vida, aprenda e interiorize as componentes dos sistemas social e cultural, impregnando além da cultura, nas relações com os outros, o social e a personalidade.
É na adolescência que ocorre a substituição da família por novos agentes de socialização, considera-se um processo de emancipação onde a família vai perdendo o seu valor de atracção em teor dos grupos pares, procurando o indivíduo uma autonomia comportamental e afectiva. Erik Erikson, encarou a adolescência como a etapa fundamental do desenvolvimento, na qual se destaca a construção da identidade do eu este processo de individualização conduz o sujeito à afirmação de si. Contempla oito etapas do desenvolvimento humano, decifra que são as memórias e as experiências de um estádio que vão “automaticamente” inculcar outros, inclui a ideia de que o sujeito no seu desenvolvimento se depara com crises úteis, com sentido de se resolverem ao longo da sua vida.
Considera-se como comportamento desviante o acto que transgride o padrão normativo. Há sempre a presença de forças que produzem estabilidade e outras que produzem instabilidade, o desvio pode ser uma manifestação da anomia, que se gera pela falta de integração das regras e normas sociais acompanhada pela ausência de meios que a sociedade propõe ao sujeito para alcançar determinados fins.
O autor ilustra que a família é a principal detentora dos padrões, do certo e não certo, do concebido, é a ajuda para o acto aceitável ou incorrecto, graduados nos hábitos dos mais novos.
O ser humano consegue por si mesmo equacionar estratégias para o seu desenvolvimento, tem a capacidade de se adaptar na relação com o meio social, há uma procura constante de ultrapassar as dificuldades. Estas situações são próprias da vivência humana, provocando equilíbrios instáveis na sua regularização, nem sempre a pessoa consegue defrontar as condições facilitadoras do autodesenvolvimento, não descobrindo um caminho para o equilíbrio e realização. Levando o sujeito a um estado de sofrimento pela incessante incongruência.
A personalidade humana, positiva, racional e realista, o homem tem tendência inata para desenvolver as suas próprias potencialidades, tendo uma tendência actualizante e um sistema de auto-regulação.
A experiência do sujeito, embora intrínseca e única, ganha sentido pela sua experiência a partir da sua interacção com os outros, por vezes guiando-se por “outrem” – força exterior a si mesmo.  



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