A transfiguração do político: a tribalização do mundo
(Michel Maffesoli)
Neste livro, Maffesoli demonstra como a Razão na modernidade foi transformada em instrumento de controle, expulsando e condenando todas as manifestações não-racionais, afetivas, da ordem do inútil e da cultura do sentimento. Mas, segundo ele, os grandes projetos futuristas empenhados em oferecer à humanidade grandes ideais e utopias clássicas desabaram. Nos últimos dois séculos, Idéia de progresso, de Universalidade, de Liberdade, de Razão, de Verdade e de Método Científico foram sendo postas em questão. As palavras de Maffesoli denunciam a idéia de uma humanidade guiada pelas exclusivamente pelas "luzes". “Excesso de luz escurece” [p.18], diz ele.
Maffesoli entende que; o homem, ser simbólico, não pode ser reduzido à lógica racional e do utilitário, nem ter amputada a sua dimensão mágica, poética, sonhadora, da afetividade e do supérfluo. Para Maffesoli:“Na marcha em espiral das histórias humanas, quando a abstração racional tende a triunfar, e a sociedade torna-se propriedade de alguns, assiste-se a implosão” [p.21]. O sociólogo francês nos tras alguns conceitos como: d efesa da Vida, d a Arte, d a Liberdade, d o Estar-junto e do “supérfluo necessário”. Com isso, conclui ele que; “Somente o presente vivido, aqui e agora, com outros, importa” [p.20]. Para ele:
“Isso pode incitar-nos a pensar que, além ou aquém das diversas racionalizações e legitimações políticas, há no fundamento de todo estar junto, um conglomerado de emoções ou sentimentos partilhados” [p.20-21]. Diz o sociólogo que: "É preciso saber ser teimoso, perseverar, andar, caso necessário, na contramão, pois as histórias humanas nos ensinam que os pensamentos inatuais estão mais aptos a dar conta e a compreender o que as teorias estabelecidas percebem com dificuldade” [p.24]. O sociólogo da pós-modernidade é bastante enfâtico, nas suas ideias de não se contentar em seguir por "trilhas" preestabelecidas, ao afirmar: “Prefiro ficar nos princípios, deixando a cada um, conforme suas luzes, a tarefa de pensar por conta própria”.
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