O SEGREDO DO SUCESSO DOS CATADORES
(Álvaro Sad)
Catadores não são Administradores de Empresa. Sabemos que existem exemplos de Cooperativas de reciclagem que funcionam e que geram lucros em diversas partes do Brasil. Elas são a regra ou constituem exceção? É claro que são grandes exceções. Não temos estatísticas oficiais, mas sabe-se que o gerenciamento é precário na maioria das Entidades que congregam a classe.
Busquei dados sobre o tempo de sobrevivência dos negócios e descobri detalhes assustadores no site do Sebrae de São Paulo. “A taxa de mortalidade das empresas paulistas chega a 32% no primeiro ano, 56% em 3 anos e 71% em cinco anos de atividade.” Verificando as recomendações do Sebrae sobre como diminuir esta situação verifica-se que elas aplicam-se perfeitamente às Entidades de reciclagem.
Vejamos o que diz o estudo de mortalidade de empresas sobre as principais atividades para evitar o fechamento:
1 – Elaboração de um Plano de Negócios estruturado, com identificação de mercado consumidor e conhecimento de legislação específica, dentre outros.
2 – Vigiar cuidadosamente o Fluxo de Caixa.
3 – Promover o aperfeiçoamento da gestão de custos, capital de giro e marketing.
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MAIS APOIO
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Voltando ao assunto dos Catadores, é preciso fazer uma comparação e perguntar: Será que a estrutura das Entidades de Catadores dispõe de condições para cumprir o que sugere o estudo? Com certeza não. Se empresas gerenciadas por profissionais, alguns até com nível superior, não são sinônimo de longa vida, o que dizer das Cooperativas de Catadores?
Neste ponto entra a função imperiosa da presença do Poder Público. Assim como existem dispositivos legais que obrigam Prefeituras a investirem determinado valor de sua arrecadação em saúde e educação, cabe aqui a obrigação de gerenciar também o meio ambiente.
É urgente a necessidade de legislação que determine aos administradores públicos que proporcionem apoio e gerenciamento para as cooperativas de catadores.
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BOA NOTÍCIA
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A Boa Notícia é que algumas Prefeituras como a de Lavras, em Minas Gerais, já destinam valores para ONGs que auxiliam entidades de reciclagem. A Fundação Pró-Defesa Ambiental destina um Administrador e pessoal para gerenciamento da ACAMAR – Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Lavras. Vinte e cinco famílias sobrevivem do que recolhem de diversas formas na cidade.
A Associação ainda tem muito a desenvolver, mas já demonstra que está no caminho certo. Possui uma fábrica de vassouras com o aproveitamento de garrafas pet, vendidas nos supermercados da cidade e região. Administra, com os cooperados, uma marcenaria que fabrica caixas para hortifrutigranjeiros, pequenos móveis, casinhas de cachorro e outros. Além de cuidar da coleta seletiva que vem aumentando a cada ano.
Em todo o Brasil encontramos exemplos de sucesso, mas eles podem ser multiplicados se houver determinação das administrações públicas. Colocar estruturas à disposição das entidades custa pouco e traz um imenso retorno ambiental e de marketing, pois os bons exemplos nesta área são divulgados e comemorados. Ajude divulgando e incentivando ações como esta e outras que você conheça.
“Idéias Verdes” – aqui falaremos sempre de BOAS NOTÍCIAS.
Álvaro Sad
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