Os Trabalhadores do Mar part 1
(Victor Hugo)
Em Os
Trabalhadores do Mar de Victor Hugo (l802/l885) como na maioria dos romances
temos o mocinho enamorado e a personagem feminina objeto de sua paixão.
Contudo, esta
obra é daquelas cujo título não revela a magnitude do seu conteúdo. Possui um
intrincado enredo.
Nosso herói é
tido como impopular, com hábitos incomuns. Morava num bairro um tanto afastado
do centro, numa casa mal assombrada, (como diziam), en estado de abandono, dele
por herança. Portanto, não tinha pai, nem mãe vivos. Vivia num isolamento.
Quanto a moça
toda sua família era o tio: Mess Lethierry. Era muito só, muito mimada, “o
trabalho dela era deixar-se viver”.
Quem era Mess
Lethierry? Um marinheiro. Um selvagem, um selvagem elegante”. Não se casou.
Seus dois amores: a sobrinha por nome Deruchette e o barco Durande.
Esse barco está
equipado com uma máquina a vapor. Fazia o transporte de mercadorias, gado...,
com regularidade desde o arquipélago normando até a França. “Uma loucura
feliz”, diziam.
Assim que
Lethierry resolveu se aposentar entregou esse serviço e o comando do barco a
outro capitão, o senhor Clubin. Este era l5 anos mais novo.
Esse capitão
sabia que Lethierry havia sido roubado em 50.000 libras pelo capitão anterior,
o Sr. Rantaine.
O cap. Clubin
não perdeu Rantaine de vista. Tinha intenção de roubá-lo. (Começava a mostrar
seu lado perverso)
Viu quando
Rantaine conversava com Zuela, capitão de outro barco. Esse Zuela ganhava
dinheiro dando carona a fugitivos. Com
auxilio de um binóculo, viu-os próximo ao rochedo Saint Malo. Fugiria dentro de
l0 dias , como apurou.
Chegou ao local
pouco antes de Rantaine. Ficou de tocaia e apareceu justamente quando o guarda
costa 6l9 era empurrado por Rantaine para o precipício. O crime teve
testemunha. O Cap. Clubin exigiu e obteve as notas de banco, (trocadas e
atualizadas) dentro de uma caixinha de ferro. Permitiu que Rantaine fugisse.
Eis que estava
realizada a primeira parte de seu plano.
O Cap. Clubin
era bom nadador. Deixou seus apetrechos, necessários para sua fuga em
Plainmont, numa casa abandonada. Agora era só desviar a rota, encalhar o barco
no lugar escolhido, a uma milha dali e sumir.
No dia
escolhido fazia forte nevoeiro. Ele mesmo pegou a cana do leme em substituição
ao timoneiro Imbrancam a quem admoestou para dar firmeza àquela farsa.
Houve um
violento choque “como se o barco atacasse o rochedo”... uma ponta da rocha
penetrou no barco como um
prego.
Sem perceber
que naufragara a uma distância de 5 léguas da costa, portanto, longe do lugar
escolhido, deu ordens Para que todos fossem embora no barco salva-vidas.
Disse: “Eu
fico.”
Quem pudesse
ver o Cap. Clubin naquele náufrago “acreditaria ver um demônio feliz”.
“Só ele era
espectador de sua glória”.
“O
júbilo durou um capítulo inteiro.”
Só veio a reconhecer as rochas Douvres depois
de passado o nevoeiro. “Lugar funesto esse”.
Avistou uma vela, um navio, talvez fosse
Blasquito,(O homem que o ajudaria a fugir.) Se fosse, salvava a vida e a
fortuna.
Tinha a caixinha com as notas de banco presa
na cintura.
Atirou-se ao mar em busca de um lugar onde
pudesse ser visto. Mas, “caiu de alto, mergulhou muito”.
No fundo do mar foi agarrado pelo pé. (Por um
polvo, como se verá).
Aí o deixamos e aí permanecerá.
A notícia chegou à casa de Lethierry. Nessa
reunião está o leitor, está o timoneiro Imbrancam, que confirma a informação e
os detalhes do náufrago narrado pelo patrão do Shealtier.
Gilliatti também estava presente. (Esse é o
nome do nosso herói).
Ele possui um barco, é destemido, é hábil
ferreiro, marceneiro, bom velejador...
O casco estava danificado, a máquina não.
Mas, só um louco poderia salvá-la, disse o do Shealtier e concluiu: “Se
existisse”.
“Casava-me com ele”, disse Deruchette.
“A senhora casava-se com ele, Miss
Deruchette”, indagou Gilliatti. E quem confirmou foi o tio.
Nesse mesmo anoitecer , sem ser identificado,
foi visto um barco por várias pessoas, de vários ângulos, singrando o mar.
Era Gilliatti , munido de provisões, algumas
ferramentas..., arriscava-se, tinha pessoa.
Viu o cadáver da Durande presa entre as duas
rochas Douvres...”uma passagem estreita ... tortuosa..., com a aparência de um
pedaço de rua entre duas paredes”
Lá estava o casco e a máquina suspensos.
Tinha que encontrar abrigo para si. Procurou
ancorar o barco primeiro.
O autor criou essa incrível situação para
depreciar e ou valorizar o elemento, um indivíduo, um personagem. Escolheu o cenário mais
isolado da natureza: O MAR...O NEVOEIRO, A TEMPESTADE.
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