O sentimento de amor 
(Cruz de Sousa)
  
Ó Formas alvas, brancas, formas claras
 De luares, de neve, de neblinas!...
 Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
 Incensos dos turíbulos das aras....
 
 Há no ambiente um murmúrio de queixume,
 De desejos de amor, d´ais compromidos...
 Uma ternura esparsa de balidos,
 Sente-se esmorecer como um perfume.
 
 As madre-silvas murham nos silvados
 Eo aroma que exalam pelo espaço, 
 Tem delíquios de gozo e de cansaço,
 Nervosos, femininos, delicados.
 
 Sentem-se espasmos, agonias d´ave,
 Inapreensíveis, mínimas, serenas...
 _ Tenho entre as mãos as tuas mãos péquenas,
 O meu olhar no teu olhar suave.
 
 As tuas mãos tão brancas d´anemia...
 Os teus olhos tão meigos de tristeza...
 _ É este enlanguescer da natureza,
 Este vago sofrer do fim do dia.
 
 Formas do Amor, constelarmente puras,
 De Virgens e de Santas Vaporosas...
 Brilhos errantes, mádidas frescuras 
 E dolências de lírios e de rosas........ 
 
  
 
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