O Jardim Secreto
(Francis Hodgson Burnett)
Romance escrito pela autora Francis Hodgson Burnett em 1912, O jardim secreto conta a história de uma menina de seu nome Mary Lennox que, depois da morte dos pais , na India, regressa a Inglaterra para viver com o tio e o primo da mesma idade, numa mansão. O primo é um menino doente e severamente protegido pela governanta e pelo pai, um homem carrancudo e pessimista.
A mansão é um local romântico, por isso sombrio, mas existe um jardim cuja ambiência vai tornar a menina abatida e o primo doente em crianças alegres, que descobrem a amizade a cada jornada na natureza daquele mágico lugar, acabando mesmo por contagiar o próprio tio (e pai).
Os tópicos românticos são pois visíveis: o ambiente da mansão, o pessimismo e a tristeza, o contacto com a natureza, o humanismo inerente à amizade e ajuda ao próximo, entre outros. De resto, estes últimos valores marcam a actualidade da narrativa, numa época onde se perdeu um pouco a noção da amizade e da comunhão com a natureza. Na narrativa, a natureza é transformada na mãe daquelas crianças, mas também do patrono da mansão, num descobrir permanente de mistérios, figuras que nos soam a familiares, lugares proibidos, estímulos do pensamento, do bom pensamento, que pode mudar as coisas favoravelmente, porque os pensamentos “são tão poderosos como as pilhas elétricas e podem ser tão bons para as pessoas como a luz do sol”.
As longas descrições das ambiências do jardim, a lembrar a descrição do Ramalhete de Eça, são típicas das narrativas românticas do Séc. XIX. De resto, a longa extensão do romance dificulta à partida uma leitura motivada da parte de qualquer criança, mas ao entrar-se no enredo, o interesse cresce como a vegetação daquele jardim ou a alegria e amizade entre as personagens.
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