O suicídio disfarçado em atitude meritória
(Alan kardec)
Que o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre de abrevir a sua vida, portanto há suicídio de intenção. O pensamento de que sua morte servirá para alguma coisa é ilusório, é um pretexto para colorir sua ação e desculpá-lo aos seus próprios olhos. Se ele tinha seriamente o desejo de servir seu país, procuraria viver, defendendo-o em tudo e não morrer, porque uma vez morto não lhe serve mais para nada. O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte quando trata-se de ser útil, em enfrentar o perigo, a fazer por antecipação e sem pesar o sacrifício de sua vida se isso é necessário, mas a intenção premeditada de procurar a morte, expondo-se a um perigo, mesmo para prestar serviço, anula o mérioto da ação. Do momento em que não há intenção de procurar a morte, não há suicídio, mas devotamento e abnegação, embora a certeza de perecer. Mas quem pode ter essa certeza? Quem disse que a Providência não reserva um meio inesperado de salvação no momento mais crítico? Não pode ela salvar mesmo aquele que estiver na boca de um canhão? Frequentemente, pode ela querer prolongar a prova da resignação até seu último limite, quando uma circunstância inesperada desvia o golpe fatal. Aqueles que aceitam seus sofrimentos com resignação, por submissão à vontade de Deus e com vistas à sua felicidade, trabalham para si mesmos e podem tornar seus sofrimentos proveitosos aos outros materialmente e moralmente. Materialmente, se pelo trabalho, as privações e os sacrifícios que se impõe contribuem para o bem estar material do próximo. Moralmente, pelo exemplo que dão da sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode estimular os infelizes à resignação, salvá-los do desespero e de suas funestas consequências para o futuro.
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