Custos e Benefícios do debate Pessoa-Situação
(Pfeffer; Jeffrey)
Vários autores, tais como GEORGE (1992), HOUSE e outros, (1996) argumentaram que os estudos organizacionais devem aceitar, sem discussão, a perspectiva de interação entre as situações e os traços individuais. Segundo PFEFFER, esses autores comentaram que é muito mais frutífero tentar compreender os efeitos dos fatores pessoais, situacionais, os vários tipos de interações e os processos que governam essas interações nos fenômenos organizacionais, do que debater a validade dessa perspectiva. O debate, segundo esses autores, desviaria a atenção e desperdiçaria tempo que poderia ser utilizado no avanço da compreensão do comportamento organizacional. PFEFFER comenta que essa controvérsia possui pontos positivos, devido ao desafio e ao estímulo de se produzir mais e melhores trabalhos sobre o tema, como nunca havia ocorrido até então. A controvérsia ao debate fornece uma idéia de quão novo e interessante é o assunto, e de quanto são encorajadas novas pesquisas nessa área.
As organizações mecanicistas e orgânicas representam protótipos extremos, e é importante notar que muitas organizações ocupam um intervalo variável entre esses extremos. CHATMAN e CHA (2003) citam uma condição propícia para que uma inovação ocorra na organização: “a inovação pode ser trazida de fora, através da contratação de funcionários criativos, mas dependerá em maior grau se as normas culturais da organização permitem a tomada de riscos e as conseqüentes mudanças”.
Lições Aprendidas
PFEFFER comenta que a revisão bibliográfica da Teoria Organizacional a respeito do tema “pessoa-situação”, traz à tona três principais questões:
1) Os Estudos Organizacionais estariam melhores servidos se explorassem como as dimensões da disposição variam, e de que modo variam através das culturas, através dos locais e dos tempos. Essa questão é mais relevante do que os esforços em explorar diferentes versões de interações, que estão presentes na literatura.
2) Embora alguns pesquisadores sejam pressionados a encontrarem argumentos de disposição a fim de incrementar poder e mercado, sobrepondo-se ao comportamento gerencial, outros podem pensar que a investigação das causas do aumento das desigualdades salariais, dos efeitos dos auto-conceitos dos indivíduos, de outras disposições de mudanças nos arranjos de trabalho, irão ocupar uma grande porção no campo de atenção da pesquisa organizacional.
3) O debate pessoa-situação quase nunca considera as políticas pública e social, mesmo em ocasiões obviamente altamente relevantes. Não existe muita discussão sobre as implicações políticas desse conceito nos forums e na literatura. Da forma em que se encontram esses estudos, existe a possibilidade de haver contribuições e até domínio de outras ciências sociais, diminuindo a importância e o impacto dos Estudos Organizacionais.
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