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Sobre Robert L. Stevenson
(Cassiano Ribeiro Santos)

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O VELHO LEÃO E A GAZELA – Para a moderna biologia, somos governados pelos nossos genes; eles expressam todas as nossas vantagens na competição pela reprodução - e conseqüente auto-transmissão -, permanecendo, assim, estes genes no comando. Somos fortes e sedutores enquanto temos a chance de reproduzirmos, isto é, a evolução trabalha apenas com um único critério: manter o máximo de tempo possível o organismo apto a competir, a estocar e esconder sua decrepitude - como um lixo que se esconde embaixo de um tapete – até a hora limiar em que o ser vivo não consegue mais competir e reproduzir. Desta fase em diante, a evolução não agiria mais, não haveria vantagens no envelhecimento, nem regras universais que explique a recente senectude da espécie humana. Cada ser vivo envelhece de modo idiossincrático, fortuito, sem razões suficientes para a existência de geriátricos ou de especialistas afins. Entretanto, podemos supor, por um raciocínio semelhante, que se um homem consegue envelhecer sem ser abatido pelos males da vida, seus genes podem estar agindo (ou sendo selecionados) para que seja prolongada sua capacidade de se reproduzir em freqüências cada vez maiores; não havendo razões para o envelhecimento, esta seria uma razão “tout court”. Esta suposição é confirmada pelo costume dos sábios povos antigos que buscavam para suas filhas os homens mais idosos. Nunca se sabe quando um ser vivo opta por se reproduzir em grandes ninhadas em um curto período de fertilidade, ou decide reproduzir poucas cópias em freqüência cada vez maior ao longo de uma vida prolongada: é algo parecido com o irresoluto dilema do leão que explica: “ Sou rápido por quê como gazelas de pernas velozes ... Ou será que só como gazelas de pernas velozes por ser muito rápido?” Não importa. Desde que você coma as gazelas!
 CONFISSÕES DE UM MISANTROPO – Sou grato à Internet por aproximar as pessoas; mais grato ainda ao programa espacial da NASA por enviá-las a lugares cada vez mais distantes!
 O CÚMULO DA PRESSA – Era um canibal tão perverso que comia os próprios filhos, antes de estarem cozidos!
 O COMPLEXO DE R. L. STEVENSON - Em uma de suas mais famosas novelas, “O demônio na garrafa”, o escritor escocês Robert L. Stevenson, nos apresenta um insólito e macabro enredo, não de todo desconhecido destas plagas nordestinas: viajando pelos mares do sul, um aventureiro trava conhecimento de uma garrafa com um demônio preso dentro dela. O proprietário da garrafa, e do seu prisioneiro, pode ter todas as riquezas deste mundo que desejar, mas se morrer na posse desta garrafa, sua alma gemerá eternamente nos vestíbulos do inferno. Para se livrar da maldição, seu proprietário deverá passá-la a um outro por um preço sempre menor do que foi comprada, sem recursos a frações ou dízimas periódicas e sem que nenhum destes detalhes seja ocultado. Assim, se comprada por sessenta dólares, só poderia ser vendida por cinqüenta e nove, depois, cinqüenta e oito...Sucessivamente até o fatídico valor de um dólar, quando o seu infeliz proprietário dela não mais poder se livrar. Nas páginas desta sinistra novela, vemos um cortejo de personagens a comprar, enriquecer e, depois, tentar vendê-la por um preço cada vez mais irrisório... É curioso refletir sobre as regras deste espúrio comércio e ver como ele é inócuo aos olhos de um homem lúcido e ajuizado: o último homem não a compraria por um dólar, sabendo que não poderia se desfazer do passaporte carimbado para o inferno que é a posse do vidro maldito (onde se vê, no seu interior, o bafo verde do imundo respirando!). O penúltimo homem não a compraria por dois dólares sabendo que não encontraria um último a quem passar a maldição. O antepenúltimo veria nos seus três dólares mais valor do que todo o ouro do mundo por saber que o antepenúltimo recusaria sua oferta baseado no argumento anterior. Seu predecessor... Ad infinitum!  Por que então nos soa tão verossímil – para além dos méritos do autor – imaginar os homens, com a moeda da alma, comprando e vendendo esta garrafa? Qual seria o sutil estratagema do demônio para fazer com que tantos venham a morder a isca do seu podre anzol? Penso que deva passar pela cabeça dos candidatos, daqueles que eventualmente possuem algum discernimento, o seguinte pensamento: “se eu ceder à tentação da riqueza fácil, se reconhecer a força da sua sedução em suplantar o meu bom-senso, estarei me convencendo também de que outros homens, semelhantes a mim, também cederão e comprarão a garrafa por um preço menor”! Esse é um tipo de raciocínio chamado díade, ou complexo, quando uma suposição fundamenta outra que retro-alimenta a primeira. A outra hipótese é que estas personagens compradoras da garrafa façam parte deste grupo de doutores estúpidos que negam a existência do demônio, mesmo sentindo seu bafo quente no cangote; modestamente, creio ter sido esta a mensagem de R. L. Stevenson.
 SURFANDO NAS BARBAS DO PROFETA - Quando as águas do oceano se recolhem, é sinal de uma grande onda se formando. Quando os milagres e sinais de JESUS CRISTO começarem a sumir na face da terra, quando qualquer idiota que leu dois livros começar a duvidar de sua divindade, é sinal de que ele está chegando feito uma rascante tsunami! E eu vou de surfista!



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