A Luta pelo Etanol do Amanhã
(Sérgio Teixeira Jr. e Ricardo Cesar - Revista Exame.)
Em maio de 2007 a Revista Exame publicou artigo assinado por Sérgio Teixeira Jr. e Ricardo Cesar sobre biocombustível. Enfatizava a enorme vantagem do Brasil como líder na produção de etanol. Qualidade do solo, conhecimento em engenharia genética, usinas com os menores custos, maior produtividade e experiência de 30 anos com o álcool de cana-de-açúcar garantiam ao país a supremacia tecnológica no mundo dos biocombustiveis. Até àquela época o Brasil podia dar-se ao luxo de não ter competidores. De repente planeta acordou para o etanol tanto pelo aquecimento global quanto pela alta do preço do petróleo importado do Oriente Médio. A ameaça mais séria de concorrência vem dos Estados Unidos, através dos laboratórios de novas tecnologias do Vale do Silício. Importantes pesquisas estão direcionadas principalmente para o etanol de celulose, que pode vir do capim, da palha do milho, de lascas de madeira e de dezenas de outras fontes. Há outras tecnologias ainda mais inovadoras, como uma improvável gasolina feita de açúcar. Por trás disso tudo está o dinheiro -- muito dinheiro. Bancos de Wall Street e empresas petrolíferas já haviam investido, até maio de 2008, mais de 200 milhões de dólares e o governo federal americano prometia distribuir 385 milhões de dólares nos próximos quatro anos a seis empresas especializadas em usinas de etanol de celulose. A British Petroleum anunciou uma doação de 500 milhões de dólares à Universidade da Califórnia, em Berkeley, para pesquisas de transformação de celulose em combustível. O etanol celulósico não é coisa nova, pois nove anos antes, a empresa BC International montou uma usina piloto para produzi-lo de restos agrícolas. A meta do governo americano é produzir 132 bilhões de litros de biocombustíveis em 2017 para reduzir a dependência do país do petróleo e sabe-se que só com o milho não irá atingi-la. Estimava-se, em 2007, um limite teórico, sem afetar o uso do grão na alimentação, uma produção próxima de 55 bilhões de litros. Todas as técnicas funcionam em laboratório e para torná-las realidade comercial, as empresas contam com os fundos de capital de risco. Vinod Khosla, fundador da Sun Microsystems e da Khosla Ventures já investiu em pelo menos uma dúzia de empresas ligadas aos novos biocombustíveis. Uma das idéias mais radicais na busca do biocombustível da nova geração é da Amyris, empresa que nasceu com uma doação de 42 milhões de dólares da Fundação Bill e Melinda Gates direcionados para pesquisa com remédios antimalária. No meio do processo de desenvolvimento, os fundadores descobriram uma bactéria que em contato com o açúcar, poderia dar origem a um combustível vegetal parecido com a gasolina. Nascia ali a "gasolina de açúcar".
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