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O NEM TÃO MARAVILHOSO MUNDO DE WALT DISNEY
(Neal Gabler)

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O NEM TÃO MARAVILHOSO MUNDO DE WALT DISNEY

               Para gerações e gerações de telespectadores, ele era apenas o simpático tio Walt que os visitava todo fim de semana pela televisão, contando histórias do Pato Donald, Pluto e Pateta. No entanto, em 1941, Walt Disney tornou-se uma figura absolutamente odiada em seus estúdios de Burbank, no Estado da Califórnia, onde o maravilhoso mundo de Disney era construído.  
               Quando a associação de animadores cinematográficos ganhou músculos para finalmente organizar um sindicato de classe, o homem que deu à América a Branca de Neve e o Mickey também convocou guardas armados para intimidar seus funcionários. E como se não bastasse, ele ainda demitiu os principais mentores da idéia, adiou pagamentos de salários e instituiu medidas austeras e mesquinhas, que incluíam a redução do tempo gasto pelos seus empregados para tomar um cafezinho. 
  
              É difícil não ser um grande admirador de Walt Disney, que nasceu no ano de 1901 falecendo no ano de 1966. Talvez nenhum outro homem no planeta tenha provocado tantas mudanças na cultura popular de massa, pelo menos no que se refere à difusão do sonho americano, ou o "American Dream". Afinal, Disney revolucionou a indústria do entretenimento de forma absoluta: criou o primeiro desenho animado com som e recorreu à televisão para promover um parque temático que virou uma obsessão internacional. Mas na biografia "Walt Disney - o Triunfo da Imaginação Americana" (Walt Disney, the triumph of the American imagination), de Neal Gabler, o que se mostra é um Walt Disney que poucas pessoas conheceram.
               Ele aparece como um déspota que se tornou um líder, mas que era ao mesmo tempo um dependente absoluto dos outros para realizar seus filmes de animação, nos quais apenas impunha sua marca nos créditos das produções.
              Filho de um pai emocionalmente distante, Disney buscou a qualquer custo criar uma versão fantasiosa de sua infância, passada na pequena cidade de Marceline, no Estado do Missouri, nos Estados Unidos. Mas não era apenas a figura paterna que o incomodava. Walt Disney tinha muita dificuldade de se relacionar com sua família do mundo real, até mesmo com seu irmão e colega de trabalho, Roy.
              Um exemplo de seu pouco apego ao sangue do seu sangue é que ele se recusou a se deslocar de sua cidade para acompanhar o funeral do pai. 
              
              O autor da biografia traz em seu currículo um brilhante livro sobre Hollywood, intitulado "Como os Judeus Inventaram Hollywood". Para esta última obra, ele teve acesso aos volumosos arquivos de memorandos da Walt Disney Co.                    
              A partir desses documentos, o autor da biografia, conseguiu criar uma rica narrativa a respeito do maravilhoso mundo de Disney - na verdade, nem tão maravilhoso assim. O universo do empresário era marcado por jogos arriscados e pela competência gerencial do seu irmão Roy Disney, que trabalhou o tempo todo na sombra de Walt Disney, para manter a empresa viva, pois ela sempre operava na fronteira da falência.
             Quando Walt Disney estourou o orçamento da produção de "Branca de Neve e os Sete Anões", por exemplo, seu irmão Roy impediu que o Bank of America fechasse a empresa ao enviar aos executivos do banco uma cópia do que em breve se tornaria o primeiro filme de longa-metragem em cores. Mesmo assim, nem Roy foi poupado da ira de Walt Disney e por diversas vezes os dois irmãos se desentenderam.

              Em troca, oferecia shows a serem transmitidos pela emissora. 
              O negócio teve como conseqüência a feliz sinergia de promover o parque de diversões para milhões de telespectadores. Mas a verdadeira contribuição do autor da biografia foi trazer Walt Disney à vida real. Um detalhe importante é que Walt Disney nunca mais seria o mesmo depois de um colapso nervoso ocorrido 1931, quando ele tinha 29 anos.
              A crise o deixou emocionalmente frágil. Sempre infeliz, Walt Disney se recolhia em sua casa para brincar com seus trenzinhos. No escritório, porém, ele aterrorizava os seus funcionários com críticas ásperas.
               A biografia não comenta sobre os comentários bem-conhecidos, como o fato de Walt Disney ser racista (ele achava que contratar trabalhadores afro-americanos comprometeria a magia da Disneylândia) e anti-semita (a reputação nasceu do fato de ele ter se tornado membro de uma organização famosa pela hostilidade aos judeus). Neal Gabler se dedicou mais ao lado rancoroso de Walt Disney pelos sindicalistas. Ele chegou a delatar vários à comissão de caça de esquerdistas do FBI, como se eles fossem comunistas.
               O último desenho de Walt Disney foi feito em 1929. Depois disso, ele se tornou um subordinado, em termos criativos, dentro de um império de artistas e funcionários. E como mostra a biografia, o garoto de Marceline que encantou milhões de crianças pelo mundo teve uma vida adulta muito distante do mundo mágico que ele inventou.



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