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Richard Dawkins e o delírio de Deus
(Richard Dawkins)

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    Sem dúvida, o título de Dawkins Deus um delírio generaliza ao extremo quando, de fato, parece mais preocupado com o cristianismo. E é exatamente neste ponto que surge a problemática central: delírio de Deus, do cristianismo, da religião ou da ciência?

    Dawkins exibe em nosso século que fizeram Spinoza e há mais de cem anos, embora com um vigor e veemência diferente. Entretanto, a conduta heterodoxa revelada por estes brilhantes personagens paira da concepção de um Deus cristão, e ignora completamente a natureza intacta e indissolúvel da idéia lato sensu de Deus.
    A artilharia de argumentos de Dawkins revela pelo menos dois âmbitos da realidade: a ineficiência de argumentos científicos e lógicos em "matar" Deus e a eficiência com que ataques lógicos desmotam muitos dogmas cristãos. É provável que a máxima de Nietzsche de que Deus está morto mas seu cadáver está insepulto possa ser reflexo deste fenômeno.
   Este fenômeno, a supremacia da idéia de Deus, ocorre devido à multiplicidade de concepções acerca Dele, e  o mundo sem deus  de Dawkins revela-se como um mundo sem um Deus antropomórfico.  A autor nos convida a refletir a maravilha do mundo sem deus, o que parece sinônimo de um mundo sem a corrupção, egoísmo, lavagem de dinheiro e guerras influenciadas pela atitude extremista religiosa. Em outras palavras, imagina-se uma "Revolução dos Bichos" contra o autoritarismo dos porcos espertos de George Orwell. 

    Entretanto, mesmo que a dinâmica e estrutura do universo e a dinâmica da vida na Terra possam revelar nenhuma evidência da presença Dele, como bem mostrou  Carl Sagan, não desmorona, de maneira nenhuma, o Deus dos aruaques, uma tribo indígena da Amazônia, nem dos tapuias, do Planalto Central, nem a idéia de Deus de Einstein. A idéia latu sensu é mais que uma atitude individual, é uma tradução perceptiva pessoal da realidade, o que as mantêm brilhando e fervilhando apesar de qualquer forma de imposição, como o fizeram os colonizadores europeus na América.
    As idéias derivadas da crença, estruturadas nos princípios de uma dada religião, são passíveis de avaliação e discussão, mas Deus mesmo não. Mesmo no primeiro caso, o argumento religioso sobrevive com base em falácias de autoridade, mistério e milagre, como bem expressou Iván Karamazov de Dostoiévski.
    Isto é agravado quando se tenta mostrar que Ele não existe ou existe com base em argumentos científicos, o que permite a difusão do pensamento da exclusão mútua entre ciência e Deus. O fato de argumentos provenientes do domínio da realidade do falsificável, testável e da verificação rigorosa de Popper e Kuhn serem desnecessários e insuficientes em negar ou reforçar idéias do domínio da realidade religiosa é o ponto culminante em exibir a natureza intocável de Deus por parte da ciência. Esta não só não pode, como não interessa. A noção de Deus não interessa à ciência, porque não é seu objeto de estudo. A tentativa de mostrar cientificamente que Deus não existe, é um mero delírio humano. Mas é uma dádiva e virtude humana a tentativa  de exibir não apenas os piores males que assolam a humanidade, muitos deles provenientes de várias religiões, mas também a proliferação de cultos ao amor, enquanto pratica-se o ódio.



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