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Nós QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
(Paulo Masagão)

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 “Nós Que aqui Estamos por Vós Esperamos” não é apenas a inscrição sinistra na entrada principal de um cemitério de interior. O documentário nos desvela a dimensão tenebrosa e o gosto pelo sangue que o homem parecer cultivar no decorrer do século XX. Mas tem muito mais o que se desvelar, quando se enxergar além destes flashes incandescentes e se escutar mais do que a dolorosa e triste música da trilha sonora composta por Wim Mertens.
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Em que pode o texto recomendado pelo Professor Brito nos ajudar a desvelar a densa simbologia contida no documentário? Ali, no texto, encontramos que “a leitura de Freud por Lacan será profundamente marcada pela Lingüística, substituindo o clássico modelo biológico presente na base da fundação da Psicanálise pelo modelo antropológico-cultural.” Uma pista!
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Nofilme, a ambivalência vida-morte num continuum. Na sala de aula, em menores proporções, outra dualidade: a busca de saberes-cansaço de uma sexta-feira, à noite, permeada de calor, e ruídos infernais de fogos e de músicas estridentes e de mau-gosto, que emergem da rua de lazer, lá em baixo, influenciadas pelos vapores do álcool - suponho.
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De novo, no texto recomendado leio de soslaio: “A Linguagem e a Cultura na Constituição do Sujeito”. Nesta sessão eu colho: “...se o homem enquanto animal desejante inaugura-se como sujeito, paga o preço da infelicidade ou do sofrimento psíquico potencializado pelas condições sociais que ampliam sobremaneira as restrições ao gozo ...”
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Minha memória, provocante e subversiva, lembra que “no sentido lacaniano, o inconsciente é entendido como um sistema decorrente da linguagem, cujo traço fundamental é operar por intermédio de representações nas quais o representante (significante) é separado do representado (significado).” – Tem alguma coisa a ver com a “memória”? Não sou nem doido de perguntar. Tá todo mundo concentrado no filme.
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Mas, mesmo assim, não consigo deixar de lembrar que li o “Espaço do Desenho” e que lá, em algum canto a autora pergunta se “haverá maneira melhor de aprender submissão? Isso penetra por músculos, sentidos, tripas, nervos e neurônios... Trata-se de uma verdadeira lição de totalitarismo....”- ela diz. É claro que estou falando da posição sentada. Nefasta para a postura (a mesma que me faz debruçar, agora, sobre este teclado) e para a circulação. ... “Faz um século” que vejo os colegas arrastando os pés sob as carteiras. Pulmões retraídos? Coluna machucada? O desconforto dessas cadeiras aqui da Unicap vale um documentário a parte. O filme continua...
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Sãocenas prenhes de significado. Retratos de ilustres figuras e outras de opacos anônimos. Estética de fauno: Nijinsky dançado em Paris e a metáfora do Teatro de cabeça-pra-baixo, depois daquela dança. Sangue derramado em cenas de brutalidade indizível, Dantescas. A evaporação de Nagasaki pelo cogumelo atômico nos remete à música dos Secos e Molhados: “pensem nas meninas como rosas cálidas...”
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Éisso que se chama de tecido antropogenético? - Me pergunto, cá com meus botões.  O colega do lado fala da unidade conceitual do documentário. Não sei onde está esta unidade, parece mais uma subversão. Quero desvendar estes conteúdos à luz de Lacan – ou à sua sombra: o Homem trabalha com sinais e símbolos. Nós criamos associação de significados complexos com sistemas de signos inventados pelo pensamento. O homem é capaz de se libertar das fronteiras físicas para ingressar no universo-expressivo traduzido em formas de linguagem. E daí? ...
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Me interessa pouco imaginar como estas mortes sem significado, brutalmente acontecidas e que podem ser moldura de eventos expressivos deste século morto, pelo menos nesta colagem. Me interessa mais estas pessoas anônimas aqui da classe de Processos Psicológicos Básicos II, calados a maioria das vezes, que provavelmente não compartilham onde interferem na ordem das coisas, mas que poderiam dar consistência carnal a nossa aula. Imagino a profunda riqueza que poderia ser garimpada em seu mutismo.
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Denovo vem o texto sobre Lacan: “O professor, tal como a mãe, funciona como um espelho através do qual o aluno irá construir sua imagem enquanto pessoa e, particularmente, enquanto sujeito em busca do conhecimento. O olhar do professor é decisivo para as imagens que o aluno forma de si mesmo”. Ainda: “... na sala de aula emergem os conhecidos papéis-função de aluno dedicado, aluno inteligente, aluno crítico, aluno criativo e assim por diante, sempre, é claro, constituídos a partir de seus opostos, como o aluno relapso, burro, acrítico”. 
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É colagem? Então volta pro documentário: nem Pol Pot nem Pinochet. Nem Hitler nem Gandhi. Nem Nijinsky nem Freud ou Einstein. Partes distintas de um mesmo e único processo? Quero ouvir as colagens das vozes dos alunos! Seres situados histórica e culturalmente, capazes de compreender a realidade.(?)
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–Pol Pot assassinou milhões de pais, mães, irmãos, namoradas, amantes e faleceu em seu leito, calmamente. Ninguém sente indignação? E Hitler? E o olhar sinistro de Médici? O que vocês tem a dizer? Então falem do cara que se esbagaça pulando da Torre Eiffel, querendo realizar o sonho de Ícaro. A linguagem é antropogenética porque aprofunda, amplia e faz existir o inconsciente, o ser humano, o existir social.Às colagens de “Nós Que aqui Estamos por Vós Esperamos”, tão escancaradas, precisamos adensar e intensificar o nosso dizer-se. O pronunciar-se da turma de Processos II... Assim, as sextas-feiras serão mais ricas. É verdade, verdade mesmo, tá banalizada a morte



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