Acelerador de partículas
(''Ciência Hoje'' - Ignácio Bediaga)
O LHC (sigla em inglês para o grande acelerador de partícuas) está sendo construído a 100 metros de profundidade na fronteira da França com a Suíça. O objetivo desse gigante de 27 km de circunferência é estudar as menores dimensões jamais observadas. Ou seja, o maior instrumento científico do mundo vai investigar a estrutura da matéria em dimensões inferiores aos prótons, 0,000000000000000001m!
Para entender melhor, um acelerador de partículas está para os físicos de partículas assim como o microscópio está para o biólogo, o telescópio para o astrônomo ou o olho para o ser humano.
Mas qual a importância desse mega microscópio encravado no solo? Basicamente ele fará partículas nucleares se chocarem com velocidades e energias impressionantes para buscar respostas sobre como a natureza se comporta. Cada grupo de 3 trilhões de prótons viajará a uma velocidade de 300 mil km/s e atravessará outro com as mesmas características. Esses choques frontais irão ocorrer a uma taxa de 40 milhões deles por segundo. Cada próton, ao atingir o máximo de sua energia, estará dando, a cada segundo, 11 mil voltas na circunferência de 27 km.
Ao se falar em energia, o LHC será 10 vezes superior ao maior acelerador de prótons em atividade hoje em dia, o Tévatron (nos Estados Unidos). Equipamentos sofisticados como este irão trabalhar a 271ºC negativos. Afinal o LHC usa ímãs supercondutores que forçam o feixe de prótons a fazer curvas e permanecer exatamente na mesma trajetória circular. Os ímãs são produzidos com fios de liga de cobre, titânio e nióbio. Essas ligas, quando refrigeradas, são capazes de conduzir eletricidade praticamente sem dissipar calor. Se uníssemos esses fios pelas pontas, o comprimento seria o suficiente para cinco viagens de ida e volta ao sol e ainda algumas viagens à lua.
Na grande explosão que originou o universo, o Big Bang, esperava-se que fosse criada a mesma quantidade de matéria e de antimatéria. Mas não foi isso o que aconteceu. Na verdade a matéria dominou o universo. Os físicos tentam explicar o por que dessa asssimetria entre matéria e antimatéria. Esta teoria, porém, não é suficiente para explicar a esmagadora superioridade da matéria no universo. Pelo menos LHC deve determinar se a teoria é ou não exata. Por outro lado o LHC poderá, ao mesmo tempo, econtrar novos fenômenos que podem ajudar no entendimento do privilégio que a natureza deu à matéria em detrimento da antimatéria. Além disso o LHC tentará reproduzir esse estado primordial do universo. Como resultados, os experimentos realizados pelo LHC irão gerar mais de 10 milhões de gigabytes de informação, equivalente a uma pilha de 20 km de altura de CDs com máxima capacidade de armazenamento de dados. Ou seja, o LHC tem o apoio de um devorador de longos cálculos complexos.
Os físicos acreditam que esta máquina gigantesca irá cumprir seu papel e responder certamente as perguntas feitas à natureza pela comunidade mundial de física de altas energias.
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