Resumo de Historia de Espanha: rupturas da História Clássica, a Idade Média

Espanha Muçulmana: os séculos de dominação islâmica determinaram a História da Espanha tanto quanto o movimento de Reconquista. A rápida dominação da península ibérica (um período de sete anos) apresentou caráter organizado a partir do momento que estabelece um poder em Córdoba, porém houve resistência, durante e após a invasão e afirmação do poder islâmico.
A resistência cristã perdura até conseguir recuperar o norte da Espanha (fins do século X), resistir aos contrataques de Almanzor e, trinta anos depois do estabelecimento do califado, influenciar na descentralização do poder. Com essa atitude de união geral da cristandade, com o respaldo favorável em Navas de Tolosa (1212), o processo de Reconquista se intensifica e se expande.
As influências deixadas pelos muçulmanos variam a nível regional. São origem de preconceitos e de análises e concepções deterministas, contudo, influenciaram positivamente a agricultura, aperfeiçoando/introduzindo técnicas/práticas, e investiram na qualidade de vida urbana.
No que tange à cultura, ainda há forte presença nas artes populares dos elementos árabes. Quando falamos da cultura nesse período da dominação islâmica, devemos observar que a Espanha moura foi uma caldeira onde as mais diversas culturas se fundiram. Entre mouros e cristãos havia além de guerras, intercâmbios, intrigas, tratados, relações de cortesia.
Instaurada a nova sociedade, quando o direito dos vencedores foram reconhecidos, estivessem no ápice ou na base da pirâmide social, séculos de dominação islâmica determinarão a história da Espanha tanto quanto o movimento de Reconquista cristã. A Reconquista teve, sem dúvida, um caráter de resistência. De meados do século VIII a meados do XI, em lutas de caráter defensivo, constitui-se um estado sólido e cristão ao norte, nas montanhas de Astúrias. Outros núcleos independentes de resistência contribuirão para a expansão do território.
A partir de Astúrias, o processo se expande a Duero, com capital em León. Com esse movimento estabelece-se o reino de Castela, de grande importância para a posterior unificação. A queda do poder central de Córdoba, permite que Castela alcance seus primeiros triunfos, mas com a morte de El Cid, recai em divisões internas que a caracterizarão por longo tempo. Entra em cena o reino de Aragão, que durante o século XII, lança-se em numerosas conquistas, além de enveredar para o Mediterrâneo.
No decorrer do século XIII, unida a cristandade de Castela e Aragão, ocorrerão sucessivas vitórias. Somente Granada e algumas regiões de Huelva se conservarão sob poder dos muçulmanos. De 1270 a fins do século XV, a Reconquista conhece um período de retenção, os interesses de Portugal voltam-se para o oceano e os de Aragão para o Mediterrâneo. Castela se desagrega em lutas dinásticas.
A Reconquista não teve a preocupação de reconstituir uma Nova Espanha, mesmo porque não houve consciência nem unidade no movimento, foi mais um empreendimento de colonização, exigido por uma sociedade em crescimento mas limitada territorialmente. Essa necessidade, mais pungente quando consideradas as tradições e imposições de uma organização de tipo estamental, privilegia os primogênitos em detrimento dos filhos menores, no momento da ascensão econômica e social.
À medida que evoluía na reconquista, evoluía a sociedade feudal e expandia-se a nobreza. A grande nobreza espanhola sobe ao posto de sociedade e comanda diretamente o processo de batalha, conquistando prestígio e poder. Após o século XIII, esses grandes nobres passam a receber dos reis grandes domínios, incluídas as populações e bens móveis. A grande nobreza, então, vai constituir a camada dos grandes proprietários rurais e, na Corte, altos funcionários. A pequena nobreza, numerosa, canalizada para os cargos burocráticos e eclesiásticos e, nesse período, para as frentes de combate. Essa pequena nobreza vai promover verdadeiramente a ocupação (territórios reconquistados e

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