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Missa do Galo
(Machado de Assis)

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Tudo se passa numa noite de Natal, na casa do escrivão Meneses, que fora casado com uma prima de Nogueira, o narrador do conto.
A atual esposa, D. Conceição e sua mãe haviam recebido muito bem ao moço de dezessete anos que viera de Mangaratiba para estudar no Rio de Janeiro, meses antes da citada noite.
O dono da casa, Meneses, saía uma vez por semana dizendo ir ao teatro e, embora o jovem Nogueira pedisse para acompanha-lo, não recebia resposta e notava um ar constrangido de todos. Mais tarde, descobriu que as idas ao teatro significavam que o escrivão passaria a noite com sua amante, coisa que parecia não incomodar a esposa. Esta, D Conceição, já com seus trinta anos, era uma pessoa muito calma, sem grandes demonstrações de tristeza ou de alegria, até sua fisionomia seguia a personalidade, nem feia, nem bela.
Aquela noite de Natal passou-se entre 1861 e 1862. Nogueira conta que já deveria ter ido de férias a Mangaratiba, mas queria muito ver a missa do galo na corte, pois, com certeza, seria mais interessante. O escrivão tinha ido ao teatro naquela noite, a família recolhera-se, como sempre às dez horas e o jovem de quem tratamos ficou na sala da frente, lendo Os Três Mosqueteiros enquanto esperava a hora de ir acordar o vizinho que iria com ele à missa, conforme fora combinado.
Estava entretido na leitura quando ouviu uns passos e, ao levantar a cabeça, deu de cara com Conceição. Pensou que tivesse feito algum barulho e ela tivesse acordado, ela tranquilizou-o dizendo que acordara sem motivo. Mas seu semblante era de quem não havia nem ao menos cochilado. Conceição usava um roupão amarrado de leve na cintura, passando um ar de romantismo.
Durante a conversa, muitas vezes ela colocava o rosto apoiado sobre as mãos, e olhava tão compenetrada para Nogueira, que lhe pareceu muito atraente. Assim foram se passando os minutos e as horas sem que eles se dessem conta. Quando acabava um assunto, um dos dois puxava outro e seguiam conversando. Ele, sempre sentado à mesa com o livro aberto e ela, mudando de lugar e de posição algumas vezes, com sutileza.Quando Nogueira falava mais alto, ela pedia que baixasse o tom para não acordar a mãe, pois a pobre custava a pegar no sono, segundo ela.
Houve um momento em que Conceição estava em pé, de braços cruzados diante dele, que pensou em levantar-se também, mas ela pressionou a mão sobre seu ombro, não permitindo que levantasse. Parecia que ia dizer algo, mas só estremeceu e foi sentar-se novamente.A maior parte do tempo, falavam de coisas vazias, sem propósito. O moço já não conseguia tirar os olhos de sua figura, ficaram algum tempo calados até que ouviram bater na janela. Já havia passado da hora combinada e o vizinho viera chamá-lo para a missa.
Apressou-se, despediram-se e ele foi. Durante a missa, a imagem de Conceição insistiu em ficar em seus olhos. No dia seguinte, Nogueira comentou sobre a missa ao almoço, mas não despertou curiosidade na mulher do escrivão, que passou o resto do dia em atitudes perfeitamente normais, sem que nada lembrasse a noite anterior.No Ano-Novo, o moço foi para Mangaratiba. Quando voltou ao Rio de Janeiro em março, o escrivão havia morrido. Nogueira não visitou a viúva, mas soube depois que ela casara-se com o escrevente juramentado do Meneses.



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