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A FANTÁSTICA HISTÓRIA DE SILVIO SANTOS – pt. III
(Arlindo Silva - jornalista)

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A FANTÁSTICA HISTÓRIA DE SILVIO SANTOS – pt. III
                O jovem camelô anunciava com desenvoltura, na entrada das barcas de Niterói, suas mercadorias: canetas, espelhos, relógios, livretos, pentes e o que mais fosse necessidade à época. Sua voz era inconfundível. Os outros ambulantes gostavam de ficar perto dele, pois sempre havia aglomeração e eles acabavam lucrando também.
               Os trabalhadores mais pobres também não deixavam de levar para casa o que estavam precisando. Silvio Santos abria crédito para os que sempre passavam pelo local. Só saía de mão abanando quem queria. Apesar de simples, as blusas eram estampadas, acompanhadas de colares no pescoço. Uma costeleta grossa dava o arremate final.
               Para Silvio Santos o céu sempre foi o limite. Tinha dias que estava com barraca montada em Niterói de manhã e depois, à tarde, no Centro da cidade. O homem parecia ser dois.
              Silvio Santos aos 27 anos de idade, se associou ao amigo Manoel da Nóbrega, dono do Baú da Felicidade, para salvar o negócio. A primeira vez que Silvio Santos entrou na loja foi uma decepção. A loja era na Rua Líbero Badaró, colado ao Othon Palace Hotel, em São Paulo, a pedido do amigo e dono da empresa, Manoel da Nóbrega, Silvio Santos foi para o tal recinto para fechar aquela bodega e prometer aos clientes enganados que a dívida seria paga. No lugar, estranhou ver um prédio aos cacos e, na frente, um bando de camelôs que vendiam gravatas e camisas. Desorientado, perguntou onde era a loja. Ficou surpreso com a resposta: “É lá no fundo, mas lá embaixo, no porão”.
               No Baú, outra cena de abandono. Na pequena loja, havia apenas uma secretária, um alemão e uma máquina de escrever. A primeira providência de Silvio Santos foi mandar embora o tal alemão, que foi o mentor da idéia do Baú da Felicidade, pois, em 1957, Manoel da Nóbrega, radialista de sucesso em São Paulo, foi procurado na Rádio Nacional pelo tal alemão, que queria fazer uma Cesta de Brinquedos: as pessoas pagariam primeiro e, no fim do ano, receberiam um baú carregado de mercadorias. Na negociação, Manoel da Nóbrega pagaria pelos anúncios e emprestaria seu nome à firma e, o alemão cuidaria da empresa. Manoel da Nóbrega fez a sua parte. Mil pessoas compraram a idéia, atraídas pelos anúncios, mas o sócio perdeu todo o dinheiro. Resultado: virou um baú de despesas para Manoel da Nóbrega, que recorreu a Silvio Santos para salvar a sua pele.
               Bom de papo, sua função era convencer as pessoas a não fazer escândalos no jornal, já que o dinheiro seria devolvido. No quinto dia, Silvio Santos, percebeu que o negócio, bem administrado, poderia render uma fortuna. Nisso, ele fez a mesma proposta que o alemão: Manoel da Nóbrega continuaria com os anúncios, enquanto ele tocaria a empresa. A primeira medida foi trocar a caixa de veludo bordô que envolvia os presentes que mais parecia um “caixão de defunto”. Passou a vender em catálogos e diversificou as mercadorias. Chegou a encomendar 40 mil bonecas, da marca Estrela, e fez negócio com a fábrica Nadir Figueiredo para entregar 20 mil jogos de jantar.
               Manoel da Nóbrega ficou receoso com volume do negócio. “Olha, Silvio, eu nunca fui ao Baú, nem quando o alemão estava lá e nem com você. Acho que qualquer dinheiro que o Baú possa me dar é desonesto, porque nunca fiz nada pela firma, a não ser os anúncios. Como você é um rapaz corajoso demais, tenho medo que possa fazer um negócio muito grande e, com seu entusiasmo, dar uma cabeçada”, disse Manoel da Nóbrega, “Não tenho nenhuma intenção de ser o dono do Baú. É melhor que você fique com ele”, completou.
               Mas, ao contrário do alemão, Silvio Santos conseguiu levar adiante os negócios e ainda devolveu todo o investimento feito por Manoel da Nóbrega. O apresentador fez questão de pagar tudo por gratidão ao amigo, pois, três anos antes, Manoel da Nóbrega o ajudou quando Silvio Santos chegou a São Paulo.
               Silvio Santos chegou a passeio na Terra da Garoa, a convite de um diretor da Antarctica. A intenção era ficar alguns dias, enquanto a barca da Cantareira, em que mantinha um bar, fosse consertada e voltasse a operar na travessia Rio - Niterói.
Mas por acaso, Silvio Santos re-encontrou um amigo que era locutor da Rádio Tupi, no Rio. Ele comentou que a Rádio Nacional precisava de locutores. Silvio Santos fez o teste e passou, em primeiro lugar. Foi quando conheceu Manoel da Nóbrega.
               Para pagar a dívida do bar que montara na barca, no Rio, Silvio Santos entrou em sociedade com o cunhado de Hebe Camargo, Ângelo Pessutti, e lançou uma revistinha com prêmios, Silvio Santos trabalhou até no circo. Em caravanas pelo interior de São Paulo, Silvio ganhou um novo apelido: o Peru que Falava. Nas apresentações, ficava envergonhado, e seu rosto logo ruborizava. Ele trabalhava intensamente. Nos intervalos, para agüentar o tranco, parava nas farmácias e tomava injeções de Cálcio Cetiva na veia.
               Na época, Silvio Santos perdeu cinco quilos. “Foi nessas ‘Caravanas do Peru que Fala’ que eu adquiri a facilidade que hoje tenho para animar meus programas”, disse Silvio Santos. O sucesso do Baú fez Silvio Santos se lançar em outro negócio. Em 1961, ele estreou na televisão com um programa noturno na TV Paulista, atual TV Globo. O Peru que Fala deu o pulo do gato.



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