Biodiversidade em risco
(Eliane Marinho; Ingrid Balesteros; Estevão Martins: ''Ciência Hoje'')
Uma longa faixa de recifes se encontra ameaçada pela ação do homem. Os recifes de Maracajaú ou 'Parrachos' (como é conhecida na região a área dos recifes) somam 9 km de comprimento por 2 km de largura, a uma distância de 7 km da costa do Rio Grande do Norte. Em 2001 foi criada ali uma Unidade de Conservação totalizando 32,5 mil hectares de área protegida. A região dos Parrachos de maracajaú é um ecossistema complexo, onde em algumas áreas o fundo é arenoso e em outras é coberto por gramas marinhas. Durante a maré baixa surgem diversas piscinas de águas límpidas e mornas formando ambientes de rara beleza. Ambientes estes tão importantes para as populações litorâneas de pescadores que usam a pesca como meio de subsistência.
Os recifes de Maracajaú são basicamente compostos por estruturas calcárias como arenito, corais e algas calcárias que crescem até uma altura de 3 metros. Mas a presença do homem vem mudando aos poucos essa paisagem. A exploração turística, além da pesca ilegal, é uma das ações que mais degrada a região. A intensidade com que os visitantes chegam aos recifes na maré baixa, com suas lanchas e estruturas flutuantes para auxiliar no mergulho, contribui consideravelmente para a destruição desse ambiente marinho. Só o pisoteamento dos recifes, a quebra dos corais pelas âncoras ou mesmo a retirada de partes destes como 'recordação' já danificam irreversivelmente esses frágeis seres. O desequilíbrio ecológico em questão acaba afetando a produtividade e a diversidade biológica como um todo. Essa biodiversidade inclui corais, peixes, moluscos, crustáceos e macroalgas nas suas mais variadas cores. A importância ecológica desses organismos pode ser exemplificada pelas algas calcárias que, além de participar da cadeia alimentar, fornecem abrigo aos recifes e contribuem para a sedimentação e consolidação do ambiente. Há ainda os peixes de valor comercial, como o belíssimo Budião (família Scaridae), Piraúna (família Serranidae) e Guaiúba (família Lutianidae). Defensores da natureza e comunidade científica demonstram grande preocupação com o crescente desequilíbrio ecológico neste complexo sistema de recifes.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte vem desenvolvendo uma pesquisa para mostrar os efeitos impactantes dos turistas na região, como a movimentação das embarcações, uso inadequado das nadadeiras atingindo os corais e levantando sedimentos do fundo.
Todas essas alterações ambientais são motivo de preocupação para os pesquisadores, que não se cansam de monitorar os recifes buscando diminuir os riscos que desequilibram esses ecossistemas.
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