Amar É QUÍMICO
(Revista Superinteressante)
AMAR É QUÍMICO : O cupido já não é mais o mesmo, ou melhor, não existe, pelo menos para a ciência. Para os cientistas, as sensações agradáveis do amor vêm do chamado “elixir do amor”, o hormônio ocitocina. A ocitocina é uma proteína produzida no sistema límbico cerebral, estrutura do cérebro envolvida no processamento de sentimentos e sensações. Até recentemente, os estudos sobre ocitocina se limitavam ao seu papel na fase da lactação, responsável pelo amor genuíno entre mães e filhos. O trabalho de parto e o toque do filhote nas glândulas mamárias da mãe estimula a produção da ocitocina no cérebro em vários mamíferos, inclusive em humanos, criando assim a conexão entre as progenitoras e suas crias.
Os cientistas acreditam que este hormônio seja responsável por quase toda ligação social e formação de laços entre mamíferos, e não há razão para duvidar de que isso inclua o amor entre nós, humanos. Outras ocasiões induzem a produção desse hormônio do amor: calor, toque, carinho, cheiros agradáveis e... o orgasmo. A neuroendocrinologista Sue Carter escreveu: “Preferências por um parceiro podem se desenvolver depois de um período de coabitação sem atividade sexual. No entanto, as preferências ocorrem muito mais rapidamente quando um macho e uma fêmea mantêm relações sexuais”, texto em publicação científica.
A ocitocina também chega a explicar uma idéia nunca comprovada, mas bastante difundida: a de que mulheres amam mais que homens. A explicação estaria na diminuição da ansiedade e do estresse nas fêmeas, devido estas terem mais estrogênio,(hormônio encontrado em ambos os sexos, mas bem mais comum nas fêmeas), do que os homens, já que nestes a testosterona diminui os efeitos da proteína ocitocina. Os estudos também mostram que a liberação da ocitocina pode está condicionada a estados emocionais e imagens mentais, cuja liberação sistemática por alguns dias pode “fixar” os efeitos, transformando a sensação de amor em uma constante, e isto explicaria porque mesmo distante da pessoa amada, o outro sente sentimentos de amor. Aquela velha expressão: “eu te amo do fundo do coração”, não passa apenas de linguagem meramente poética. Na verdade, o coração não tem nada a ver com o amor, a não ser para os poetas. Vale lembrar que, apesar da ciência não ser nada romântica, não custa nada nós colocarmos um pouco de poesia e romantismo nos nossos relacionamentos.
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