BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Sociabilidade Violenta - por uma interpretação da criminalidade
(Luiz Antônio Machado da Silva)

Publicidade
O referido texto se apresenta na forma de um artigo onde o autor analisa as formas de organização social das relações de força que são legal e administrativamente definidas como crime comum violento, tal como elas se configuram contemporaneamente nas grandes cidades brasileiras, com particular referencia ao caso do Rio de Janeiro.
O texto ao esboçar o que é sociabilidade violenta, busca captar a natureza e o sentido da radical transformação de qualidade das relações sociais a partir das praticas de criminosos comuns, mudança que a produção sociológica tem tido enorme dificuldade de aprender.
O crime comum violento e a “violência urbana” como representação.
De acordo com Silva (2004) existe uma expressão muito difundida e coletivamente aceita pelas populações urbanas para:
a)                descrever cognitivamente
b)                organizar o sentido subjetivo das praticas que envolvem o que legalmente se define como crime comum violento e suas vitimas atuais ou potenciais – violência.
Narrativas que visam explicar motivos da ação, assim como avaliações morais de condutas e fenômenos da vida cotidiana nas grandes cidades, fundamentam-se nessa expressões para serem aceitas e compreendidas. Isso permite tomar a  violência urbana como uma representação coletiva, categoria de senso comum constitutiva de uma ”forma de vida”. Nesse sentido, ela não pode ser corrigida nem falsificada – mas pode ser objeto de critica racional.
A representação  da violência urbana  seleciona e indica um complexo de praticas que soa consideradas ameaças e a duas condições básicas do sentimento  de segurança existencial que costuma acompanhar a vida cotidiana rotineira – integridade física e garantia patrimonial. Ela aponta para o crime comum, maso foco de atenção é a força nele incrustada, a qual é definida como responsável pelo rompimento da “normalidade” das rotinas cotidianas, isto é, de seu caráter cognitiva e axiologicamente (vem da palavra axiologia e significa teoria dos valores) não-problemático e moralmente licito (tudo que é permitido, ou não é proibido). Essa é a razão que a violência urbana não é simples sinônimo de crime comum nem de violência em geral.
Portanto, é uma construção simbólica que destaca aspectos das relações sociais que os agentes consideram relevantes, em função dos quais constroem o sentido e orientam suas ações.
As atribuições do sentido da violência urbana implicam, direta ou indiretamente, o reconhecimento pelas populações urbanas da fragmentação de suas rotinas cotidianas. Os modelos de conduta a que se refere essa representação procuram lidar com o medo e a percepção de risco pessoal e expressam, uma participação subordinada no complexo de praticas que constitui a violência urbana.
Contra a interpretação dominante
Nos últimos anos houve uma intensificação da experiência quase que coletiva de insegurança pessoal, as populações urbanas vêm dando atenção especial aos problemas de manutenção da ordem publica nas cidades brasileiras, Silva complementa que:
...as populações focalizam o problema em torno das dificuldades das agências de controle e repressão ao crime, mas envolvendo todo o processo institucionalizado de administração da justiça. (SILVA, 2004).
 É verdade que a situação parece estar cada vez mais distante do tratamento da questão como um simples “caso de policia”.  O tema enquadra-se como um dos aspectos do debate sobre a expansão da cidadania, com o foco ampliado de modo a incorporar de maneira mais direta a relação entre democratização e administração da justiça.
Toda essa crise expõe a intensidade e a fraqueza estrutural do Estado brasileiro. Silva explica que estamos saindo do que poderia ser considerado como uma versão cabocla dos “30 anos gloriosos”, capaz de reproduzir nossa secular desigualdade social e ao mesmo tempo de favorecer a inclusão social e modernizar a configuração do Estado, absorvendo e pacificando os conflitos. Ele se refere a um tripé que começou a ser produzido por volta dos anos 1930, mas atingiu sua forma mais acabada durante as três décadas subseqüentes ao pós-guerra.

Como conclusão o autor explica que a função desse artigo é justificar uma rejeição do seu ponto de vista e propõe um programa de investigação voltado para a compreensão do desenvolvimento de uma forma radicalmente nova (mas, ele deixa bem claro durante todo o texto, não revolucionaria) de organização social que, longe de representar simples expressão da ineficiência dos controles estatais, tem um desenvolvimento relativamente independente destes.



Resumos Relacionados


- O Estado Brasileiro E A ViolÊncia

- Folha De Sao Paolo

- Democracia E Pobreza NÃo Combinam.

- Resumo: Agressividade Na Escola E O Papel Do Supervisor Educacional

- Http://gestaopublicanet.blogspot.com



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia