O Incêndio de Cada Um
(Affonso Romano de Santànna)
O incêndio de Cada Um
Cada pessoa tem um momento, um jeito, um ato em que se individualiza e brilha, detonando em si o que mais profundamente é...manifestando-se...elevando-se acima dos demais...estando além das banalidades e cada um...achando o seu lugar em si mesmo.
Há um momento de sedução típico de cada um,Quando o indivíduo está assentado no que lhe é mais próprio e natural. E isto encanta...a paixão pode ser a coisa mais sensual do mundo...
Isso engloba instrumentistas...bailarinos...fotógrafos...conferêncistas...maestros...pintores...queencontram seu jeito único e melhor de ser...o corpo e a alma...
Nem todos podemos ser tão espetáculares...mas nem por isso o pequeno acontecimento é menos comovente... feita com amor até uma coleção de selos se magnifica, tornando-se mais imponente que uma pirâmide que foi descrita ou feita por quem não a ama.
Qualquer ato em que se coloque a alma toma uma luminosidade invejável.
Todos têm trejeitos raros e sedutores. Até as nuvens tem seu momento de glória...
É como um pintor em plena ação pintando...Essa coisa simples e única, quando cada um tem de mais seu relampeja a olhos vistos...quebrando a monotonia...é quando a alma se transcendrentaliza...
Importando no fim apenas o incêndio de cada um...cada qual deve ter um jeito de deflagrar sua luz aprisionada...as flores o fazem sem esforço...é aguardar...que o outro em algum momento vai se manifestar...Fonte: Santànna, Affonso Romano de, Porta de Colégio e outras Crônicas. 3 ed. São Paulo, Ática, 1997.
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