Carandirú
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O médico dr. Drauzio Varella é o personagem principal que conduz a trama, mas seu destaque não vai além disso.
No filme, ele demonstra a visão dos presos e do médico do ambiente vivido por eles dentro daquele sombrio universo carcerário nacional. Carandiru parece ter sido pensado como veículo para atingir um público pouco acostumado a pagar ingresso para ver miséria, desgraça e violência.
Como já era de se imaginar, a vida lá não é um mar de rosas, mas só se tem a dimensão certa do horror vivendo lá dentro ou, para nós felizardos, vendo pelo ângulo de uma câmera. Ninguém também é inocente a ponto de imaginar que todos estão lá dentro por acaso do destino. A grande maioria cometeu algum crime, por diversas circunstâncias, mas infringiram a lei e por isso devem ser punidos. O sistema de reclusão e reintegração do sujeito à sociedade é que não é perfeito.
Lá dentro existe tráfico de drogas, práticas homossexuais entre os presos e a proliferação do vírus HIV e DST’s, além da lei do mais forte, onde os presos devem seguir condutas por eles mesmos impostas.
O objetivo, antes da denúncia, é revelar ao cidadão habituado a outro tipo de visão que um presídio também é habitado por seres humanos que amam, sofrem, tiveram e têm uma vida do lado de fora, como qualquer um de nós.
O filme faz você refletir sobre estes temas, a polícia, o sistema penitenciário, a sociedade como um todo e o papel do governo. Eu não encontrei um único culpado dentre todos estes responsáveis, por esta razão acho que o filme não tende a uma opinião e sim apresenta os fatos.
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