A Nova Califórnia
(Lima Barreto)
Numa cidadezinha do interior do Rio de Janeiro, Tubiacanga é onde se desenvolve a história. É uma sátira à chamada ‘corrida do ouro’ à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos da América do Norte, no final do século XIX.
O trabalho do autor é fazer uma critica ao comportamento universal do ser humano com essa trama bem marcante. O filme mostra tambem a falta de criatividade e imaginação, que expõe o homem a uma espécie de crença cega.
Aparece em Tubiacanga um novo morador bastante arredio e por isso causa estranheza a população em geral. Mas, com o tempo ele torna-se admirado por sua generosidade e doçura na forma de se relacionar com as pessoas. Raimundo Flamel, o novo morador, convida as pessoas mais importantes e respeitadas do lugar: o farmacéutico Bastos, o procurador Carvalhaes e o Coronel Bentes para que testemunhassem sua grande descoberta: Sua capacidade de fabricar ouro, utilizando-se ossos humanos como matéria prima. Após espicaçar a curiosidade de uma cidade inteira, Flamel desaparece misteriosamente.
O cemitério começa a ser assaltado e as sepulturas profanadas. Acontece um grande reboliço em Tubiacanga. Monta-se uma guarda com moradores voluntários, que matam um dos profanadores (carvalhaes) e prendem o outro (coronel Bentes). Bentes revela o nome do terceiro: é o farmacêutico Bastos. Revelado o mistério, as pessoas vão para suas casas, cada uma delas com o pensamento voltado para um só objetivo: a obtenção da riqueza fácil que resolveria, de imediato, todos os problemas dos moradores e sutentaria o luxo e a fantasia de cada. Com o passar das horas, a cidade parece se acalmar. Porém, na calada da noite, dissimuladamente, os habitantes correm ao cemitério e buscam ajuntar a maior quantidade de ossos que puder para produzir ouro.
São moças, senhoras compenetradas, homens respeitáveis, funcionários públicos, comerciantes e trabalhadores que acorrem de um para outro, se esbarrando e revirando as sepulturas em busca da preciosa carga que servirá para a transformação em ouro. Caem-se as máscaras de todos, o lado desprezivel, a essência reprovável e nem sequer sonhada pelos demais, é descoberta, a ganância. O tumulto vira uma grande baderna, terminando em agressão e mortes. É uma crítica violenta ao capitalismo selvagem. Raimundo Flamel foge e fica a sátira às leis cientificas, tão exploradas pela literatura realista/naturalista.
É como se o texto zombasse da famosa Lei da Conservação da Matéria, "Na natureza, nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma.". Revela a transmutação das pessoas em seres mesquinhos, vis, movidos pelo sentimento da cupidez e ganancia.
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