O USO DE IMAGENS DE SATÉLITE COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
(Jones Godinho)
Com o advento das modernas técnicas espaciais, dentre elas os satélites artificiais, tornou-se possível visualizar a Terra através da coleta de diferentes dados e da obtenção de imagens da sua superfície, por meio de sensores remotos. Os dados que são gerados pelos diversos sensores remotos, sobretudo os que estão a bordo de satélites, segundo Santos (1998), têm servido de base para o desenvolvimento e realização de projetos associados às atividades humanas no mundo inteiro e em diversas escalas, além de auxiliar em relação a ocupação dos espaços geográficos, favorecendo a realização do planejamento sócio econômico ambiental sustentável devido a sua importância para o mundo moderno, compreende-se que todo o conhecimento produzido e acumulado sobre a utilização destas técnicas deva servir para sanar as dificuldades e crimes ocasionados contra todo o meio-ambiente e boa parte da superfície da Terra. Utilizar os recursos técnicos para alavancar, em sala de aula, estudantes mais conscientes e críticos em relação a preservação do Planeta, pode e deve ser o marco referencial da educação neste século. A proposta de trabalho com os recursos de sensoriamento remoto na escola não se limita a uma mera transferência mecânica de informações. Não se trata de proceder apenas à divulgação de suas características e potencialidades, mas sobretudo de refletir sobre elas e trabalhar suas relações com a prática pedagógica e com o tratamento dos conteúdos curriculares em suas relações com a vida, visando a construção do conhecimento por professores e alunos. Neste contexto, a utilização das técnicas de geoprocessamento em sala de aula, tem como objetivo implementar o uso da tecnologia de sensoriamento remoto como recurso didático para educação ambiental na Educação Básica. Utilizar esta prática educativa em sala de aula, permite que os alunos sejam capazes de: - perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para melhoria do meio ambiente. - saber utilizar diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos. A utilização da tecnologia de sensoriamento remoto na escola, sendo uma tecnologia ainda desconhecida de muitos educadores, fez-se necessário uma orientação técnica para promover motivação para um novo aprendizado, disponibilizar fundamentação teórica, apresentar materiais e recursos disponíveis, mostrar exemplos do uso dessa tecnologia na educação básica e apresentar algumas sugestões de atividades dentro do conteúdo programático, de forma a preparar os professores para o uso da ferramenta como recurso didático. Atualmente, um dos maiores problemas enfrentados pelas nossas instituições de ensino é a grande escassez de recursos que possibilitem ao professor aulas não apenas teóricas, mas também práticas. Além de tal escassez, a maneira como tais conteúdos são apresentados para os educandos também tem sido feita, muita das vezes, de forma equivocada. Vesentini (2000) afirma que um ensino tradicional tem como base a aula expositiva, em que o professor ensina os conceitos, dá as definições prontas e os exemplos para os alunos, que devem somente assimilar esse conhecimento. Na verdade, cabe ao aluno somente memorizar os conhecimentos ensinados e/ou repassados pelo professor e nesse contexto na sala de aula o que se vê são atividades e conteúdos pré-estabelecidos e desarticulados, o que limita a percepção da realidade tendo uma imagem distorcida do fenômeno geocientífico. A introdução das novas tecnologias, no ensino, é irreversível tanto no Brasil quanto no mundo. Portanto, pesquisas precisam ser desenvolvidas para verificar a performance didático-pedagógica desses recursos, junto aos alunos e aos professores; adaptar as imagens orbitais para seu uso em sala de aula; e adequar os materiais didáticos. O Ministério de Educação recomenda a inclusão das novas tecnologias no Ensino Fundamental e Médio, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais. O apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, no sentido de ceder imagens orbitais para fins didáticos e de promover uma formação específica para professores, é essencial. O uso do Sensoriamento Remoto deve auxiliar na produção do conhecimento, pois estão ligados aos sabores das inquietações das mentes prodigiosas dos alunos impulsionados pela beleza, movimento e cores das imagens de satélite que despertam curiosidades gerando interesses pelo novo e desconhecido. O proposto neste trabalho procurou visualizar a potencialidade deste recurso, que utilizado pedagogicamente é gerador de conhecimento escolar e responsável pela democratização das informações dos dados produzidos em laboratórios por técnicos e cientistas.Trabalhar com o novo é instigante e com um recurso de ponta tão distante do cotidiano da escola é revolucionário na metodologia das aulas e no tratamento, nos procedimentos e estratégias dos conteúdos das disciplinas. Pode-se não ter resultados finais no trabalho com imagens de satélites em sala de aula, mas um permanente processo de construção e desconstrução, onde podem-se, aluno e professor, compreender como participantes de um grande e complexo grupo social, com tradições e processos civilizatórios diferenciados. Procura-se, através da integração dessas diferenças alcançar a utopia proposta por Lévy, do coletivo inteligente em direção à ecologia cognitiva que une a totalidade de seres - homens e máquinas - pensantes, contribuindo todos para a memória coletiva comum em permanente processo de ampliação e transformação. Apesar de algumas atividades nesse sentido terem um caráter experimental e pioneiro em algumas escolas, deve-se acreditar que os resultados obtidos e as avaliações futuras do desempenho das atividades desenvolvidas pelas turmas gerarão discussões e deflagrará um aspiral de mobilização do corpo de professores repensando sua metodologia e redirecionado suas ações e práticas pedagógicas.
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