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O Tecido do Cosmo
(Brian Greene)

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O universo, um holograma? Numa fantástica especulação, somos surpreendidos por Greene com o conceito do universo holográfico. As três dimensões de nossa vida seriam projeções holográficas, as leis da física, o laser do universo e nós seríamos imagens holográficas . Nessa visão, "O Mito da Caverna"( Platão), que tematiza as percepções comuns como sombras da realidade, poderia ser invertido, e as sombras se tornariam reais, e nós e o mundo ao nosso redor seríamos projeções delas.
De maneira intrigante e enigmática, apresenta-nos um desafio maior: encararmos o espaço-tempo como um entrelaçamento de cordas. Nós seríamos o quê, movendo-nos neste contexto? Prossegue, dirigindo-nos, através da física quântica, para o seu mais fascinante mistério: sua origem e essência. Formam eles o tecido do cosmo?
O leitor é fisgado, como o foi Green , na infância, pela obra "O Mito de Sísifo", em que Camus questiona se a vida vale à pena, discute o progresso da ciência e afirma que aprendemos com as experiências diárias.
Contrapõe dois cenários: o da física clássica e o da física quântica. Enquanto o universo de Newton é estático, com histórias definidas, o quântico é dinâmico, as histórias se mesclam, reforçam-se, cancelam-se. Passado, presente e futuro já estão. Em algum ponto entre esses universos, as regras mudam. Onde a fronteira?
Vivemos no cenário da física clássica. Temos experiências e com elas avaliamos nossa vida. O espaço e o tempo são os protagonistas de nossa realidade. O espaço comporta qualquer direção , e a seta do tempo vai sempre para o futuro. O agora resulta do passado.
No cosmo, átomos, simetria, expansão, campos, forças, matéria escura, energia escura, entropia... Para explicar a origem dele, temos a teoria do Big-Bang, que nada nos diz sobre o tempo zero, fala da explosão, mas deixa de fora o Bang: o que explodiu, como, por que, se houve.
No cenário quântico, há só um vislumbre da realidade, como afirma a teoria das supercordas. E nos põe em contato com possíveis outros mundos; 10 dimensões espaciais e uma temporal, que não são vistas _ enroladas no tecido cósmico?; uma seta do tempo (há?) com duas pontas _ passado e futuro, indiferentemente _ um enigma. Inclui universos paralelos, povoado por cópias de seres vivos ( Weeller), e acrescenta a idéia de maior fascínio sobre o tempo:
_ O futuro determina o passado? Quanticamente, sim. É como ajustar o comportamento de acordo com algo ainda por acontecer. Uma "premonição"? Incomoda?
A mecânica quântica abala nossas concepções individuais da realidade com a lei da incerteza, da conexão instântanea quântica entre duas partículas (laços) emaranhadas, que estão em lugares opostos do universo _ algo mais rápido que a luz. Descreve nosso mundo-brana _ o velcro cósmico, último toque da teoria das cordas. Questiona se a gravidade é a janela para as dimensões espaciais e apresenta a forma plana ( entre outras) para o universo. E as partículas (bilhões) que atravessam nossos corpos?
E o tempo? O leitor tem perguntas: O tempo passa? O que fica passando? Universo sem tempo? Mais uma dimensão temporal? Viagens ao passado? Ao futuro? É parte do tecido do cosmo? Quanto há para descobrir? O que o tempo nos diz sobre a realidade? Viajar no tempo é possível? Universos sem tempo... O tempo, uma ilusão. Ilusão?! Se ele é referência, é "algo".
As respostas, minuciosamente elaboradas, numa linguagem elegante, fácil, precisa, necessária, traçam uma linha de raciocínio, que vai direcionando a compreensão do leitor para cada idéia, fato, com exemplos, figuras atrativas, metáforas, imergindo-o no mundo da física quântica. Como quando cria a metáfora do tempo, um pão fatiado, real na sua totalidade _ presente, passado e futuro são realidades, mas cada fatia é um agora_ que não tem tempo. Cortes em ângulos diferentes, agoras diferentes. Todos os eventos já existem.Uma vez iluminados, sempre iluminados. E a traíção: o agora já aconteceu, pois a luz leva tempo para chegar aos nossos olhos.
A Teleportação é um capítulo à parte. Experienciada e provada por cientistas, fótons foram teletransportados em laboratórios.Objetos grandes, pelo fax quântico, e-mail, é possível _ e descreve o processo para teletransportar um carro Já pessoas... como teletransportar a individualidade, se não sabemos como está ligada ao físico? Brian também foi atraído, em sua infância, pelo computador da Enterprise, e brincava de Kirk, assim teceu histórias criativas, baseadas em leis quânticas, que se projetam na mente do leitor como filmes de ficção científica. Também faz fluir os paradoxos, tornando as viagens ao passado impossíveis sob o ponto de vista clássico, mas possíveis quanticamente.
Imagina viagens ao futuro com máquinas do tempo_ buracos de minhoca ( túneis hipotéticos através do espaço, com bocas rasgando o tecido do espaço), permitidos pela matemática da relatividade-geral. É como se estivéssemos assistindo à produção de um filme de um de seus roteiros, protagonizados por Bart e Lisa, numa viagem de 6 milhões de anos no tempo para o futuro _ com retorno imediato. Greene não acredita nelas, mas deixa aberta a possibilidade, diz um talvez, abraçando a dúvida.
Mesmo sem definir espaço-tempo, o cientista-físico Greene conclui: "Camus acertou ao escolher a vida como questão essencial, mas avaliar a vida pela experiência do dia-a-dia é como ver um quadro de Van Gogh através de uma garrafa".



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