Reciclagem de isopor esbarra na falta de logística
(Mônica Pinto - ''Ambiente Brasil'')
O conhecido isopor, ou EPS (sua sigla iternacional para Poliestireno Expandido) é 100% reciclável, mas ainda falta uma estrutura de coleta dos resíduos para retorná-lo à indústria. O isopor foi descoberto nos laboratórios Basf, na Alemanha, em 1949. Ele é o resultado da polimerização do estireno em água, o que o torna um material plático celular rígido. Quando utilizado adequadamente ele favorece o meio ambiente. Sua utilização como isolante térmico dos prédios, por exemplo, contribui para a redução das necessidades energéticas dos mesmos, reduzindo assim as emissões de CO2 na atmosfera em até 50%. Além disso eles não comtém CFCs nem HCFCs em sua composição, comprovadamente responsáveis pela destruição da camada de ozônio. Sendo um material leve e bastante resistente a choques, é utilizado como proteção ideal para transporte de produtos, além de não pesar quase nada, ajudando também na economia de combustível.
Mas infelizmente o EPS ainda vai parar nos aterros sanitários. Para Rubens Koji Sakashita, gerente da Termotécnica - empresa líder na transformação do isopor, quando vai parar no aterro, o isospor torna ineficiente o processo de oxi-biodegradação. A Termotécnica detém a tecnologia da biodegradabilidade do EPS, mas essa ainda não é a mais adequada para se tratar o resíduo desse tipo de produto, nem do ponto de vista ambiental.
Como o EPS é um plástico, é resultado de uma fonte natural esgotável. Segundo ele "Essa idéia tem largo apoio nos meios acadêmicos, que consideram a biodegradabilidade dos pláticos uma 'meia solução', adotada mais para satisfazer os anseios de imagem corporativa do que uma abordagem séria em relação ao problema dos resíduos plásticos". Apesar de sua alta reciclabilidade, é uma pena que o Brasil recicle apenas 10% do isopor pós-consumo. O mercado perde muito com isso. Quando agregado a outros materiais, o isopor pode se transformar em um tijolo leve e poroso, além de argamassa e concreto leve, podendo ser utilizado em construções convencionais, desde que não exijam materiais de alta resistência. O isopor também pode ser transformado em outros tipos de materiais plásticos na reciclagem como o PS (Poliestireno) e SBS (Estireno Butadieno Estireno). Neste caso ele se transforma em solado de sapato, régua escolar, vaso de planta, gabinete de TV......sua utilidade não tem fim.
Infelizmente poucos municípios brasileiros trabalham com a coleta seletiva de lixo e tão pouco conhecem o valor econômico do isopor. O Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida) trabalha junto a Associação Brasileira de Fabricantes de Poliestireno Expandido (Abrepex) buscando a formação de uma cultura de reciclagem do EPS. O principal foco desse trabalho é divulgar a viabilidade econômica e o ganho ambiental no processo. Sakashita alega que grande parte dos produtos 'ditos' biodegradáveis apenas desaparecem visualmente. Na verdade eles geram novos produtos, muitas vezes desconhecidos. "Dessa maneira, em nome de uma suposta responsabilidade ambiental, se comete o maior pecado da sociedade de consumo: o desperdício".
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