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Serviço Social: identidade e alienação de M.L. Martinelli
(Maria Lúcia Martinelli)

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    O capitalismo mudava a face, a estrutura e a dinâmica da sociedade, tendo como meio de expansão do capital a exploração dos trabalhadores. A Revolução Industrial no século XIX possibilitou a ascensão do capitalismo industrial o que significava para os operários a exploração de suas próprias vidas, foi aí que o proletário começou se reconhecer como classe. O capital, como relação social de produção, tem como característica e condição a expansão de valor e a faz, face a classe assalariada. Diante de tamanha exploração surgiu uma onda crescente de manifestações operárias, que deram ao mundo um testemunho vivo de seu espírito de luta, mas ainda não tinham força organizativa, nem objetivos centrados, daí percebeu-se a importância das associações. Porém, só através da união massiva dos trabalhadores, em 1824 na Inglaterra eles ganharam o direito de se reunirem em associações. O movimento dos trabalhadores tornara-se cada vez mais organizado politicamente e o proletário era uma presença marcadamente significativa no cenário social. Isso e os enormes problemas sociais produzidos pela expansão do capitalismo causaram uma inquietação na burguesia, no sentido de desestabilizar sua ordem social. A burguesia usou como estratégia as práticas assistenciais como forma de ratificar tais sujeições e apareceu com um falso discurso humanitário baseado na igualdade e na harmonia entre as classes, na verdade ela queria se apropriar da prática social para submetê-la aos seus desígnios. O Serviço Social surge, portanto como criação típica do capitalismo, articulada com um projeto de hegemonia do poder burguês. 
    Os efeitos da questão social ultrapassavam os limites das vilas operárias, tornando-se uma pesada nuvem sobre o horizonte burguês e denunciava a falência da ordem social burguesa. As formas de assistência vigentes eram repudiadas pelo proletário, que lutava por medidas mais amplas de política social. Temerosa e assustada, a classe dominante procurava pensar em estratégias que contivessem as ameaças que colocavam em risco as suas propriedades. Assim, diante de tamanha expansão da pobreza, já não se podia mais restringir a assistência aos pobres às iniciativas de particulares ou da Igreja; era preciso mobilizar o próprio Estado. Foram conferidas às práticas assistenciais novos padrões de eficácia e racionalidade. A expansão do número de agentes foi notável no último terço do século XIX. 
    No início do século XX, o Serviço Social estava presente na maioria dos países europeus e nos EUA. Porém, sua identidade profissional era cheia de contradições e antagonismos, como o próprio regime que o criara. Sua prática fetichizada e mecânica com identidade atribuída havia impedido o assumir coletivo do sentido histórico da profissão, transformando a prática social em uma prática indefinida. A prática social era, na verdade uma prática abstrata. Se o início do século XX havia trazido a esperança da recuperação econômica e da melhoria do quadro social, a I Grande Guerra se encarregou de violentá-la brutalmente, substituindo-a pelo temor do que estava por vir. O final da terceira década deste século foi marcado por uma crise econômica mundial, o desemprego e todo o conjunto de problemas sociais a ele associados cresceram de forma assombrante. Numa busca de reerguimento do capitalismo, o Estado foi assumindo um papel destacado na expansão dos investimentos e do mercado e a industrialização capitalista passou a se fazer com um elevado grau de monopólio, que foram fortalecendo-se. O fortalecimento do poder burguês resultou uma grande pressão sobre os trabalhadores para impedir sua marcha organizativa. Toda essa onda de repressão, porém, só fez o poder de organização e a capacidade de luta da classe trabalhadora aumentar.
    A prática do Serviço Social era uma expressão do poder hegemônico da classe dominante, sua identidade era aquela atribuída pela



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