A ponte
(Manfred Gregor)
Com as tropas aliadas a avançarem de forma imparável, desvantando um exército alemão em fuga, desagregado, sem esperança e disposto a baixar os braços, são assim retratados, nesta obra, de uma forma cruelmente real, os últimos dias do III Reich, do regime nazi e o término da II Guerra Mundial na Europa.
Habituados a vitórias fáceis e com menores baixas que o inimigo, os líderes politicos e militares das forças armadas alemãs encaram muito mal esta reviravolta. Tentado resistir a todo o custo, fazendo frente a estas ofensivas derradeiras - que lhes provocam mais baixas do que aquelas que alguma vez tinham sido previstas - e ao mesmo tempo, com uma cegueira nacionalista, eles tudo fazem para manter a ilusão de que a supermacia germânica domina e será eterna. Mas qual é o custo de manter tal ilusão? Os soldados do exército alemão estão em vias de desertar, reina entre as suas fileiras o caos e com tantas baixas e frentes de combate para lutar, todos os operacionais são poucos.
É neste ambiente bélico de falta de meios humanos e de fuga ao ideal nazi que, em desespero, são recrutadas crianças e idosos, sendo de seguida enviados para a defesa de pontos vitais, onde com o sacrifício da própria vida, tentam conter a grande ofensiva aliada.
Este livro comenta assim os comportamentos de um grupo de amigos de escola e conhecidos da aldeia que são abruptamente arrancados às suas infâncias ou adolescências para se transformarem em meninos soldados. Objectivo: A defesa, sem rendição possível, de uma ponte que se trata de uma passagem crucial para os aliados.
Tal situação despoleta receios e sentimentos genuínos, expressos de forma impar, pela visão única e ingénua das crianças. A essa visão descomprometida, tão caracteristica da alma infantil, junta-se, no entanto, uma outra, exterior e perversa, que lhes incute o sentido do cumprimento do dever, não deixando assim lugar para a livre existência e roubando-lhes, para sempre, parte da meninice. O autor, como sujeito activo nos acontecimentos, faz assim uma narração perfeita, que tem tanto de belo na forma de escrever, como de assustador no relato.
BIBLIOGRAFIA: A ponte; Manfred Gregor; Livros de bolso Europa-América; Lisboa; 1972
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