A nossa TV brasileira
(Inimá Simões)
A editora Senac lançou o livro "A nossa TV brasileira – Por um controle social da televisão", do jornalista Inimá Simões. A obra defende a criação de formas organizadas de se exercer um controle social da televisão, com o intuito de diminuir o controle que a própria TV exerce sobre as pessoas. Não se trata de um apoio a qualquer tipo de censura, mas sim de um amplo debate sobre o que a televisão mostra e como ela pode manipular o povo, ao invés de apenas captar seus anseios.
Inaugurada no Brasil em 1950, a TV representa a mais poderosa mídia existente, e de tempos em tempos seu papel social é discutido. Mas longe do clima alarmista que aparece sempre que algo choca a opinião pública, o livro apresenta muitos dados históricos e pontos de vista bem elaborados.
Mesmo que a discussão sobre um controle da TV possa cair para um lado perigoso de patrulhamento e censura, o livro tem um valor incontestável pela sua coragem em alguns pontos. Sem restrições, o autor conta para as novas gerações o papel negativo da TV Globo na discussão sobre a responsabilidade da TV nos rumos da História do país. O autor relembra que as emissoras abertas dependem de permissão do governo para existir e que, no início, a Globo (inaugurada em 1965) defendeu o regime militar que governava o Brasil, numa época obscura e sem liberdade de expressão. Sobre a década de 1980, o autor registra o papel da Globo em tentar abafar os movimentos que pediam a volta das eleições diretas no país (algo que era contra o interesse do governo da época) e quando manipulou informação para ajudar a eleger o presidente Fernando Collor, posteriormente afastado por corrupção.
O livro relata as armas na luta pela audiência, citando casos antigos de baixaria e exploração de desgraça humana na TV. Domingo Legal, Te vi na TV, Casa dos Artistas, Big Brother, novelas, João Kleber, Cidade Alerta, José Luis Datena, Márcia Goldschmidt, Ratinho e tantos outros apresentadores e programas são citados e analisados em sua busca desesperada pela audiência e pelos lucros.
Com muitos exemplos e uma visão crítica do mundo da TV, Inimá Simões levanta discussões interessantes sobre a programação imposta pelas TVs e os motivos pela preferência do público por determinadas atrações. Atual e provocador, é uma obra importante e necessária. O livro é o volume 18 da coleção Ponto Futuro, que debate temas atuais e polêmicos.
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