As ocupações pré-históricas no Brasil (excetuando a Amazônia)
(Niéde Guidon)
A autora neste texto explora a produção de referência e os trabalhos arqueológicos sobre a origem do homem americano, e principalmente a sua presença no Brasil (excetuando-se a Amazônia).
Atentando para a necessidade de se estabelecer uma relação entre as sociedades pré-históricas brasileiras e os grupos indígenas de antes da colonização - através de um estudo da dispersão geográfica; da base econômica; do uso da agricultura e da cerâmica; e da produção artística de grupos no período holoceno, a autora afirma que toda a América do sul já se encontrava povoada há 12000 anos
Esta perspectiva choca-se com a já tradicional linha explicativa, proposta na década de 1950, para a chegada do homem a América: através de uma migração por terra, ocorrida há cerca de 12 mil anos, da Ásia para a América pelo estreito de Bering. Esta hipótese rejeitaria, então, a possibilidade de que fossem encontrados vestígios da presença do homem mais antigos que que os 12000 anos propostos para a sua chegada na América do Norte.
Guidon sugere que o homem tenha chegado ao Brasil à 60000 anos, por rotas variadas, não somente a terrestre. Para isto parte de achados datados de 50000 anos. A análise dos sítios arqueológicos vem acompanhando o desenvolvimento de vários grupos, classificando-os sob um critério de tradição, que está baseado, sobretudo, na análise da indústria lítica e da prática pictórica. Não há, porém, síntese dessas análises com a preocupação de correlacioná-los estabelecendo uma hierarquia ou mesmo uma comparação dentro de uma mesma região. O problema da sistematização decorre de um uso não científico do saber arqueológico do país. Determinando a falta de uma contexto teórico e, logo, de uma exigência de método.
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