Anemia por destruição anormal de eritrócitos
(Phipps; Sands; Marek)
Anemia por destruição anormal de eritrócitos
As anemias por destruição anormal de eritrócitos chamam-se hemolíticas, uma vez que há a destruição de eritrócitos não compensada pela sua produção (eritropoiese).
· Anemias auto-imunes ou adquiridas
As anemias adquiridas ou auto-imunes ocorrem por indução medicamentosa ou estão associadas a uma doença prévia em que a temperatura é determinante, podendo ser designadas por reacções quentes ou reacções frias .
Nas reacções quentes os anticorpos IgG desenvolvem-se contra os próprios eritrócitos do indivíduo, a temperaturas de 37ºC, e são destruídos pelo baço, sendo as manifestações dispneia, palpitações, insuficiência cardíaca congestiva, icterícia, palidez e esplenomegália. Nas reacções frias os anticorpos IgM reagem com os antigénios presentes nos eritrócitos a temperaturas de 31ºC, verificando-se isquémia, cianose, dor, parestesias e hematúria.
Quanto à anemia por indução medicamentosa, há que referir dois fármacos: a metildopa, que induz a produção de um anticorpo antieritrocitário, e a penicilina, que raramente e em doses elevadas, produz hemólise.
Diagnóstico: confirmação da presença do anticorpo (teste de Coombs) e hemograma, com diminuição dos valores da hemoglobina, aumento da bilirrubina e leucócitos.
Cuidados com colaboração da equipa de saúde:
Administrar corticosteróides, nos casos moderados;
Encaminhar para a esplenectomia para controlo da doença, se não responder aos corticosteróides;
Iniciar a transfusão sanguínea ou plasmaferese, nos casos de risco de vida.
Cuidados de Enfermagem:
Informar a pessoa acerca da terapêutica;
Preparar a pessoa para a cirurgia (esplenectomia);
Ensinar a pessoa como tratar da ferida cirúrgica;
Informar a pessoa acerca de todos os procedimentos que forem realizados, suas vantagens, efeitos secundários, riscos e complicações.
· Esferocitose Hereditária
A esferocitose hereditária é herdada como característica autossómica dominante que se caracteriza por uma anomalia da membrana que a torna mais permeável ao sódio, conduzindo a um edema osmótico do eritrócito e à sua destruição pelo baço. Os sinais e sintomas associados a esta anemia são a palidez, fadiga, dispneia a esforço, icterícia e esplenomegália.
Diagnóstico: observação dos esferócitos com o esfregaço de sangue periférico e hemograma, com número elevado de leucócitos e bilirrubina sérica.
Cuidados com colaboração da equipa de saúde:
Encaminhar para a esplenectomia de forma a evitar a destruição dos eritrócitos;
Encaminhar para a colecistectomia, uma vez que 50% dos doentes tem maior incidência de cálculos biliares;
Proporcionar acompanhamento genético aos casais que queiram ter filhos.
Cuidados de Enfermagem:
Preparar a pessoa para a cirurgia (esplenectomia e/ou colecistectomia), explicando-lhe o procedimento, as suas vantagens, riscos e complicações;
Ensinar a pessoa como tratar da ferida cirúrgica.
· Anemia por deficiência enzimática
A anemia por deficiência enzimática trata-se de uma deficiência autossómica recessiva relacionada com a ausência da enzima G6PD (glicose-6-fosfato-desidrogenase), responsável pelas reacções antioxidantes no eritrócito. Assim, a sua ausência torna-o
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