Factótum
(Charles Bukowski)
Primeiro de uma série de cinco livros livros, e mais uma série de contos, cujo personagem principal é Henry Chinasky, alter-ego de Charles Bukowski.
Hank, como é conhecido, aparece como um jovem e irresponsável aspirante a escritor, entre um sub-emprego e outro tenta sobreviver, mas sem nunca se desfocar de seu objetivo principal. Vive perambulando pelo submundo de Los Angeles, se embreagando ao extremo, apostando em cavalos e fazendo sexo desenfreado com completas estranhas que encontra pelas madrugadas nos bares.
Responsabilidade realmente não é uma de suas virtudes, já que nunca consegue se manter por um longo período em nenhum dos trabalhos que arruma, sempre é despedido por pequenas indisciplinas e insubordinações.
Hank possui uma personalidade emblemática e uma alma livre, pouco se importando com o amanhã, e suga ao máximo seus problemas, experiências e sofrimentos, os usando como inspiração básica e fonte para para seus escritos.
A trama é ambientada na década de 40, enquanto a segunda guerra corre solta na Europa, Hank que fora dispensado de convocação por não estar apto para defender seu país, demonstra uma extrema insensibilidade a respeito disto, somente se importando com sua sobrevivência e seu dia a dia, como se guerra nenhuma estivesse acontecendo.
Um dos pontos positivos deste livro é justamente o fato de expor o cotidiano norte americano durante a segunda grande guerra, sem se contaminar em nenhum momento com os fatos que estavam ocorrendo do outro lado do oceano.
Hank desfila num universo de personagens fascinantes, e tão complexos quanto ele próprio, porém estes são tratados no livro como mera passagem de sua vida. Bêbados, politicamente incorretos e imprevisíveis, Buckowski com suas personagens consegue retratar os EUA de uma forma crua, sem glamoures e romantismos, mostrando a vida como ela é na realidade, mostrando as pessoas como elas são, anjos e demônios.
Dentre estes surge Jam, alcoólatra, promíscua e tão auto-destrutiva quanto Chinaski, fazendo com este o par romântico perfeito, ambos vivem uma relação um tanto quanto doentia, que beira a obsessão.
Buckowski consegue transformar situaçoes comuns em interessantes narrativas, fazendo com que os leitores encarnem Hank e vivam suas pequenas aventuras diárias como se estes o fossem, e consegue com maestria transformar a vadiagem em arte.
Recentemente (2005) o romance rendeu um filme com o mesmo nome, estrelado por Matt Dillon, Lili Taylor e Marisa Tomei, que embora tenham atuações brilhantes como seus respectivos personagens: Hank, Jam e Laura, não conseguem salvar o filme do fiasco.
Factótum é uma leitura divertida e descompromissada, uma excelente introdução para o mundo de Charles Buckowski, o “Velho Safado”!
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