Ubirajara
(José de Alencar)
Resgate de valores
indígenas
Ao lado de O Guarani e Iracema, Ubirajara é um dos romances indianistas de José de Alencar, último escrito nesse gênero. Induzido pela vontade de resgatar a nossa nacionalidade, o índio vem a ser a base da formação do povo brasileiro, segundo o nacionalismo romântico. Nesse sentido, reconstruir a imagem do índio é fundamental para alicerçar o espírito de brasilidade. O escritor defende o índio bem como sua cultura original, procurando reforçar os pontos que os diferenciam do modo de vida dos europeus. Resgata-lhes valores maiores como a lealdade, a fidelidade, a bravura, o destemor e a valentia, desculpando-lhes casos de poligamia como parte da própria cultura indígena. Culpa os "intrusos" pelas conseqüências do processo de aculturação do índio brasileiro, pela perda de sua identidade cultural. Sem dúvida, Alencar dedicou boa parte de suas últimas leituras ao resgate dos valores autenticamente indígenas e, nesse sentido, Ubirajara reflete os valores defendidos pelo escritor.
A narrativa centra-se em Jaguarê, jovem caçador, que não poupa esforços para ser reconhecido como guerreiro. Em combate com o grande guerreiro Pojucã, Jaguarê vence e é reconhecido como o grande herói, passando a ser chamado de Ubirajara, o senhor da terra, aquele que é capaz de cumprir sua missão como chefe da tribo dos araguaias. Encontra-se na floresta com Araci, estrela do dia, bela virgem tocantim, filha do chefe Itaquê. Ubirajara é recebido pelos tocantins e, como pretende desposar a jovem Araci, deve enfrentar outros pretendentes. Alencar relata a luta contra os tapuias, a união dos povos araguaia e tocantim sob a liderança de Ubirajara. Nasce assim essa nação indígena que habitava as cabeceiras do Rio São Francisco antes de os portugueses aqui ancorarem.
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