Neuropatia diabética
(SMELTZER; BARE; GOGIA; DEALEY; WALTERS)
A neuropatia diabética refere-se a um grupo de doenças que afectam todos os tipos de nervos, inclusive os nervos periféricos (sensoriais e motores), autónomos e espinhais. A prevalência é de 50% nos pacientes que tiveram diabetes por 25 anos.”
A forma mais comum de neuropatia diabética é a polineuropatia periférica sensitiva simétrica, que se caracteriza pela perda simétrica sensorial distal distribuída em forma de luva. Os membros inferiores são os primeiros a serem afectados uma vez que é neles que se localizam os nervos mais longos, sendo envolvidos posteriormente os membros superiores.
A neuropatia periférica compromete os nervos motores e os sensoriais.
A atrofia muscular que ocorre no pé, nomeadamente sobre o arco, leva à degeneração dos pequenos músculos e forma um calo reactivo na superfície plantar, devido à transferência do peso corporal. A degradação dos nervos motores do pé, resulta em alterações ósseas do pé: dedos em garra ou em martelo, pés cavos e pé de Charcot[1] com implicações no modo de andar.
Observou-se que a ulceração está directamente relacionada com a deformidade do pé, desta forma, um sapato inadequado pode causar lesões não detectáveis que podem levar à ulceração do pé.
Em adição, a neuropatia autónoma causa a cessação do suor, provocando descamação e aparecimento de pequenas fissuras. A pessoa, insensível aos processos inflamatórios continua a andar e a macerar essas fissuras, podendo igualmente degenerar em úlceras do pé.
Observação clínica:
No caso de neuropatia, deve-se procurar um conjunto de sinais como:
Ø Diminuição da sensibilidade no pé (hipoestesia), alteração da sensibilidade (parestesia) ou perda total de sensibilidade no pé (anestesia);
Ø Diminuição da propriocepção[1];
Ø Atrofias musculares e das almofadas plantares;
Ø Temperatura do pé quente;
Ø Deformações nas unhas (onicogrifose, onicocriptosee onicomicose);
Ø Zonas avermelhadas e/ou maceração da pele;
Ø Deformações nos dedos (dedos em forma de martelo ou em garra) e no pé (pé de Charcot);
Ø Lesões e/ou fissuras nos espaços interdigitais;
Ø Calosidades na planta do pé, entre os dedos ou ao nível do hallux;
Ø Flictenas;
Ø Úlcera na planta do pé e calcanhar.
[1] Deformidade no pé resultante de uma fractura do tornozelo ou na parte anterior do pé proveniente de um ou sucessivos traumatismos indolores .
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