Avaliação Multidisciplinar do Paciente Geriátrico-pelo Fisioterapeuta
(Arlindo Maciel)
O campo de atuação da Fisioterapia envolve os três níveis de atenção à saúde: primário, secundário e terciário. No nível primário, o objetivo do fisioterapeuta é o de preservar a função motora e adiar a instalação de incapacidades através de medidas preventivas. No secundário, o profissional aborda as disfunções decorrentes de comprometimentos ortopédicos, respiratórios, neurológicos, reumatológicos, cardio-vasculares, uroginecológicos e outros através de procedimentos não-invasivos. No nível terciário ou de reabilitação, realizam-se orientação e treinamento das habilidades motoras residuais do idoso comprometido fisicamente. Toda sua atuação visa manter uma independência funcional pelo maior tempo possível, estimulando sempre a integração do idoso à sociedade.
São várias as avaliações gerontológicas em Fisioterapia e apresentam também uma lista de objetivos como, por exemplo, elaborar um diagnóstico funcional ou da incapacidade, oferecer um relatório sobre as capacidades funcionais e motoras atuais (documentando a progressão do paciente), avaliar a ação de uma intervenção terapêutica, encaminhar o paciente a outro profissional, detectar riscos para o desempenho de habilidades funcionais diárias e dirigis as decisões de admissão e alta nos serviços de reabilitação.
Durante a anamnese, o fisioterapeuta deve direcionar a história para a parte motora e funcional, onde se concentra sua área de atuação. Deve questionar também sobre tratamentos fisioterápicos pregressos e o detalhamento dos mesmos. Deve conhecer os medicamentos que o idoso faz uso, dando atenção especial à polifarmácia e à cascata iatrogênica. Quanto à queixa principal (que muitas vezes corresponde a uma série de queixas), é papel do fisioterapeuta, tentar tratar a incapacidade de maior relevância para o paciente. O exame dos sistemas interferentes no trabalho fisioterápico inclui: acuidade e capacidade visual, funções vestibulares e somato-sensoriais, pesquisa de hipoacusias, observação de lesões patoloógicas, úlceras de decúbito e alterações circulatórias, sensibilidade tátil, térmica e dolorosa, dados vitais e seu comportamento frente aos exercícios físicos, padrão ventilatório, pressão arterial em decúbito dorsal e em ortostatismo, pesquisa de constipação intestinal e incontinência urinária, força muscular, marcha, postura e equilíbrio.
As avaliações de força muscular e flexibilidade devem ser direcionadas no sentido de detectas as diversas alterações próprias do envelhecimento, como: diminuição da força muscular, lentidão das contrações, diminuição da excitabilidade na junção mioneural, aumento da deposição de colágeno nas fibras musculares e diminuição do consumo de oxigênio. Infelizmente, ainda não foram desenvolvidos testes musculares específicos para idosos em nosso meio, dificultando a aplicação clínica de muitos deles.
Existe um grande número de escalas, testes, índices e avaliações para estabelecer o status funcional do idoso, como Medida de Independência Funcional (MIF ou FIM), Índice de Katz, Índice de Barthel, Índice do Status Funcional, Physical Therapy Assessment (PTA), Posture Score Sheet, Análises Cinética e Cinemática da Marcha, Get up and Go, Timed Get up and Go, Functional Reach Test (Teste do Alcance), Berg Balance Test, One Leg Stance (Suporte Unipodal), Teste de Romberg, Teste de Nudge, Marcha Tandem entre outros.
O importante é saber que uma boa avaliação e um adequado tratamento com bons resultados são frutos de uma boa relação terapeuta-paciente. O profissional deve estar atento para a individualidade de cada idoso, deve questioná-lo e ouvir quais são suas expectativas em relação ao tratamento fisioterápico. Essa medida simples poderá fornecer um direcionamento realista para a proposta terapêutica.
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