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O menino que espiava para dentro
(Ana Maria Machado)

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O menino que espiava para dentro
Lucas é um menino atento: olha para as formigas, a chuva, o desenho no rótulo da geléia.
Debaixo da mesa ele espia para dentro e vive como se estivesse numa cabana no meio da floresta. Balança na rede da varanda espia para dentro e enfrenta as ondas do mar agitado num veleiro em ilhas desertas onde encontra piratas, tudo com muita emoção.
Se no domingo de manhã vai para a cama dos pais e se enfia debaixo das cobertas, espia para dentro e já está no fundo do mar com os peixes, as algas e as grutas procurando tesouros.
“Se na réstea do sol da janela ele estica a mão no meio da poeira dançarina, e espia para dentro... viaja numa nave espacial pelas galáxias desconhecidas do espaço infinito, em meio a chuvas de meteoros e bombardeios de brilho”.(Ana Maria Machado pg.9)
Lucas tinha um amigo que morava com ele quando espiava para dentro.O amigo vinha devagar, Lucas deu para ele o nome de Tá lento e um dia achou graça no nome corrigiu Tá Manco e acabou chamando-o de Tatá.
Conversou com seu amigo dizendo que queria espiar para dentro sempre, como a Bela Adormecida, porque no dentro ele fazia tudo que queria. Tatá respondeu que para sempre era demais.
Quem olhasse para fora veria um menino cercado de borboletas, lavadeiras e outros insetos pelo meio das flores, olhando para dentro eles estavam num lindo bosque com fadas, elfos, duendes e gnomos.
Tatá continuou argumentando que na casa de Lucas não tinha roca para espetar o dedo num fuso e dormir cem anos como nas histórias.
Lucas descobriu que comendo uma maçã, ele poderia engasgar-se com ela e assim dormiria por muitos anos até que alguém lhe desse um beijo e quebrasse o encanto.
E assim fez, esperou a hora de dormir para que ninguém tentasse desengasgar com um tapa nas costas e poderia atrapalhar seus planos. Deu uma mordida, engasgou com um pedaço e espiou para dentro.
“Viu tantos lugares, nadou tantos mares, voou pelos ares. Viu cavalos e castelos, viu bosques de caramelos, viu piratas e palhaços, viu vaqueiros e laços, viu automóveis-leões, viu parques de diversões, viu carrossel de dragões. Depois andou sobre as ondas, mergulhou fundo na terra, morou em conchas redondas, brotou no alto da serra. Viu flor voar feito borboleta, viu cachoeira cair pro alto, viu vaga-lume fazer careta, viu chão de som no lugar de asfalto. Viu panela que não se esvazia, viu criança que não se machuca, viu tambor que só traz alegria, viu olhar que derrete arapuca”.(Ana Maria Machado pg.19)
E o mundo lá fora sumiu. Até que ficou tudo escuro e de repente um beijo, um abraço, os olhos se abrindo. Sua mãe ao seu lado disse:
_ Acorde, está na hora de ir para a escola, chega de tanto sonhar.
Ele foi reconhecendo seu quarto e um resto de maçã caído do lado de fora do travesseiro.
Sua mãe foi logo contando que tinha uma surpresa que Lucas ia adorar.
Era um lindo cachorro e a mãe chamou-o de novo para ir para a excursão com a escola. Ele saiu correndo para encontrar com os amigos e explorar as cavernas do mundo lá fora.
”Olhar bem para tudo, viver de verdade, para o mundo de dentro ter mais variedade” (Ana Maria Machado, pg.23).
A mãe perguntou como ia chamar o cachorro e ele respondeu:
_Tamanco ou Talento, mas pode ser Tatá.



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