Resumo de O mercador de Veneza - William Shakespeare

       O contexto geográfico e social desta peça é Veneza onde a burguesia abastada que vive do comércio tem peso na vida da comunidade onde está inserida.
      Depois de nos ter sido apresentado o contexto em que decorre a peça, surge Belmont onde vamos encontrar Portia ainda de luto pelo pai. Um pai autoritário que tentou fazer prolongar a influência do seu poder para além da morte e encontrar uma réplica sua para marido da sua filha, alguém que pense como ele. Ele impôs como condição que a filha casasse com o pretendente que escolhesse o cofre certo de três que ele deixou. Além disso ,os pretendentes jamais poderiam revelar o que encontraram nos cofres, nem poderiam casar com outras mulheres. Todas estas condições fizeram recuar muitos jovens nas suas intenções.
       Este mundo de Belmont é um mundo quase irreal , luxuoso onde o pai de Portia tentou evitar determinado tipo de pretendentes para sua filha. Portia tem um pretendente Bassánio, pertence a uma classe social alta que não trabalha, mas não tem dinheiro suficiente e por isso pede-o ao seu amigo António que também não o tem pois investiu tudo na sua frota de barcos, mas possui crédito. Assim, António que vive em função de Bassánio vai tentar arranjar o dinheiro que Bassánio precisa.
       Bassánio já deve dinheiro a António e casar com a herdeira de Belmont seria uma forma de lhe devolver o empréstimo .António que também não tem dinheiro, vai pedi-lo a Shylock um usuário judeu. Entre António e Shylock surge uma discussão devido às diferenças de costumes /éticas que existem entre os dois. António ofende Shylock e este promete vingança sobre as injurias a que foi sujeito. Ambos usam partes do mesmo livro –Levitico para justificarem as suas práticas, para os judeus descendentes de Jacob pode –se praticar a usura excepto com irmãos, para os cristãos descendentes de Adão, somos todos irmãos e por isso a usura não é permitida .
        Shylock prescinde dos juros do dinheiro que empresta António , mas com a condição de tirar uma libra de carne a António caso este não pague o empréstimo passados 3 meses.Esse gesto poderá ser considerado uma forma de benevolência por parte do Judeu assim como uma forma de demonstrar também que está a aceitar a cultura cristã. Para ele ,na verdade, é uma forma de tirar aqui um proveito emocional deste negócio, consegue matar a sua sede de vingança, enquanto que se seguisse as leis judaicas só poderia receber o dinheiro.
        Passados os 3 meses, os negócios não correram bem a António e ele não tem condições para pagar o empréstimo. Shylock acusou-o em tribunal.C ontudo quando Portia entra no tribunal disfarçada de Baltasar , para resgatar Bassánio da sua divida de fidelidade em relação ao amigo António e também pela própria felicidade de Bassánio que se encontra perturbada pelo risco de morte que António corre, .o usuário passa de vitima a reú . Shylock não desiste da sua pretensão e aponta o comportamento hipócrita dos cristãos .Estes possuem como propriedade o corpo e alma dos escravos e julgam-no por querer a libra de carne que ele e António tinham acordado. António não se defende, toma uma atitude passiva, quer apenas saldar a sua divida o mais depressa possível. Baltasar diz que António deve a Shylock uma libra de carne, não o seu sangue.
       Portia/ Baltasar usa as leis do estado para acusar Shylock de atentar contra a vida de António, um cristão. Os seus argumentos são de tal forma eficazes que Shylock vê-se com a possibilidade de ser condenado á morte e de perder a sua propriedade.. O Duque tenta mostrar-se magnânimo tentando mostrar a diferença da justiça e misericórdia entre judeus e cristãos, mas Shylock não vê a situação dessa forma , para ele , tirarem.lhe a sua propriedade , equivale a tirarem-lhe a vida. E neste momento ele já tinha perdido a filha Jessica que tinha fugido de casa assim como o seu criado pessoal .Ambos o acusavam de avarento e autoritário.
      Por fim , Bassánio usa um anel que Portia lhe tinha dado para pagar os serviços de Baltasar e assim salvar António, desrespeitando assim os vínculos entre eles Para que a situação fosse de novo normalizada Portia dá o anel a António que fica como credor e garantia de que Bassánio vai cumprir as suas obrigações.

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